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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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<strong>que</strong>, em <strong>um</strong>a mulher <strong>que</strong> sofria com <strong>um</strong>a persistente<br />

<strong>do</strong>r na perna fantasma, a anestesia <strong>do</strong> ligamento<br />

espinhoso com lignocaína fazia com <strong>que</strong> o fantasma<br />

ficasse anestesia<strong>do</strong> (de fato, desaparecesse) por<br />

breves momentos, mas a estimulação el<strong>é</strong>trica das<br />

raízes espinhais produzia <strong>um</strong>a <strong>do</strong>r aguda e ardida no<br />

fantasma, muito diferente da <strong>do</strong>r vaga <strong>que</strong> geralmente<br />

era sentida, enquanto a estimulação <strong>do</strong> cordão espinhal<br />

mais para cima reduzia a <strong>do</strong>r no fantasma<br />

(comunicação pessoal). O dr. Cole tamb<strong>é</strong>m apresentou<br />

estu<strong>do</strong>s eletrofisiológicos minuciosos de <strong>um</strong> paciente<br />

com <strong>um</strong>a polineuropatia sensitiva com duração de<br />

catorze anos, bem semelhante, em muitos aspectos, à<br />

de Christina, a ”mulher desencarnada” (ver<br />

Proceedings of the Physiological Society, fevereiro de<br />

1986, p. 51P).<br />

87<br />

7 NIVELADO<br />

Faz nove anos <strong>que</strong> conheci o sr. MacGregor, na<br />

clínica de neurologia <strong>do</strong> St. Dunstan’s, <strong>um</strong> asilo para<br />

i<strong>do</strong>sos onde trabalhei, mas me lembro dele — vejo-o —<br />

como se fosse ontem.<br />

”Qual <strong>é</strong> o problema?”, perguntei quan<strong>do</strong> ele entrou<br />

to<strong>do</strong> inclina<strong>do</strong>.<br />

”Problema? Não há problema — não <strong>que</strong> eu saiba...<br />

Mas os outros vivem dizen<strong>do</strong> <strong>que</strong> eu me inclino para <strong>um</strong><br />

la<strong>do</strong>: ’Você <strong>é</strong> como a torre inclinada de Pisa’, dizem. ’Se<br />

inclinar mais <strong>um</strong> pouco, vai desabar’”.<br />

”Mas o senhor não sente nenh<strong>um</strong>a inclinação”?<br />

”Eu me sinto bem. Não sei o <strong>que</strong> eles <strong>que</strong>rem dizer.<br />

Como <strong>é</strong> <strong>que</strong> eu poderia estar inclina<strong>do</strong> sem saber”?<br />

”Parece muito estranho”, concordei. ”Vamos dar <strong>um</strong>a<br />

olhada. Eu gostaria de vê-lo ficar em p<strong>é</strong> e andar <strong>um</strong><br />

pouquinho — apenas ir daqui at<strong>é</strong> a<strong>que</strong>la parede e<br />

voltar. Quero ver por mim mesmo e <strong>que</strong>ro <strong>que</strong> o senhor<br />

tamb<strong>é</strong>m veja. Vamos filmar o senhor andan<strong>do</strong> e ver o

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