19.04.2013 Views

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

”Qual o veredito?”, perguntou Christina, com a voz<br />

d<strong>é</strong>bil e sorriso ainda mais d<strong>é</strong>bil, depois de examinarmos<br />

seu líqui<strong>do</strong> espinhal.<br />

”Você tem <strong>um</strong>a inflamação, <strong>um</strong>a neurite...”,<br />

começamos a explicar, e informamos a ela tu<strong>do</strong> o <strong>que</strong><br />

sabíamos. Quan<strong>do</strong> es<strong>que</strong>cíamos alg<strong>um</strong>a coisa ou<br />

tergiversávamos, suas perguntas claras nos punham na<br />

linha novamente.<br />

”Eu vou melhorar?”, inquiriu ela. Nos entreolhamos,<br />

olhamos para ela: ”Não sabemos”.<br />

O senso <strong>do</strong> corpo, expli<strong>que</strong>i-lhe, <strong>é</strong> da<strong>do</strong> por três<br />

coisas: a visão, os órgãos <strong>do</strong> equilíbrio (sistema<br />

vestibular) e a propriocepção—a qual ela perdera.<br />

Normalmente, os três trabalham juntos. Se <strong>um</strong> falhar,<br />

os outros poderão compensar ou substituir — em certa<br />

medida. Em particular, contei sobre meu paciente, sr.<br />

MacGregor, <strong>que</strong>, incapaz de usar seus órgãos <strong>do</strong><br />

equilíbrio, usava os olhos (ver capítulo 7). E sobre<br />

pacientes com neurossífilis, tabes <strong>do</strong>rsalis, <strong>que</strong><br />

apresentavam sintomas semelhantes, por<strong>é</strong>m restritos<br />

às pernas, e como eles precisavam compensar isso<br />

usan<strong>do</strong> os olhos (ver ”Fantasmas”, capítulo 6). E<br />

mencionei <strong>que</strong>, quan<strong>do</strong> se pedia a <strong>um</strong> paciente desses<br />

para mover as pernas, sua tendência era responder:<br />

”Está bem, <strong>do</strong>utor, assim <strong>que</strong> eu as encontrar”.<br />

NR<br />

* Polmeuropatias sensoriais como essa podem ocorrer,<br />

mas são raras O <strong>que</strong> era singular no caso de Christina,<br />

consideran<strong>do</strong> os conhecimentos <strong>que</strong> tínhamos na <strong>é</strong>poca<br />

(1977), era a extraordinária seletividade apresentada,<br />

de mo<strong>do</strong> <strong>que</strong> as fibras propnoceplivas, e somente estas,<br />

sofreram o dano Ver, por<strong>é</strong>m, Sterman (1979)<br />

Fim NR<br />

64<br />

Christina ouviu atentamente, com <strong>um</strong>a esp<strong>é</strong>cie de<br />

atenção desesperada.<br />

”Então o <strong>que</strong> devo fazer”, disse, devagar, ”<strong>é</strong> usar a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!