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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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concluía <strong>que</strong>, em se tratan<strong>do</strong> de ”idiotas sábios”, nada<br />

havia de ”muito especial” neles — exceto por sua<br />

notável memória ”<strong>do</strong>c<strong>um</strong>ental” para os mínimos<br />

detalhes de sua própria experiência e seu uso de <strong>um</strong><br />

algoritmo inconsciente de calendário <strong>que</strong> lhes permitia<br />

dizer de imediato em <strong>que</strong> dia da semana cairia <strong>um</strong>a<br />

data no futuro ou passa<strong>do</strong> distante. Essa <strong>é</strong> a opinião de<br />

Steven Smith em seu <strong>livro</strong> abrangente e imaginativo,<br />

The great mental calculators (1983). Pelo <strong>que</strong> eu saiba,<br />

não houve outros estu<strong>do</strong>s sobre os gêmeos depois de<br />

mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 60, sen<strong>do</strong> o breve interesse <strong>que</strong><br />

despertaram dissipa<strong>do</strong> pela aparente ”solução” <strong>do</strong>s<br />

problemas <strong>que</strong> apresentavam.<br />

Mas isso, a meu ver, <strong>é</strong> <strong>um</strong> equívoco, talvez natural<br />

consideran<strong>do</strong> a abordagem estereotipada, o formato<br />

fixo das <strong>que</strong>stões, a concentração em <strong>um</strong>a ou outra<br />

”tarefa” presentes nas primeiras investigações<br />

NR<br />

* W. A. Horwitz et al. (1965), Hamblin (1966).<br />

* Ver o romance TTiorns (1967), de Robert Silverberg,<br />

em especial pp. 11-7.<br />

Fim de NR<br />

216<br />

sobre os gêmeos, <strong>que</strong> os reduziam — sua psicologia,<br />

seus m<strong>é</strong>to<strong>do</strong>s, sua vida — a quase nada.<br />

A realidade <strong>é</strong> muito mais estranha, muito mais<br />

complexa, muito menos explicável <strong>do</strong> <strong>que</strong> sugere<br />

qual<strong>que</strong>r <strong>um</strong> desses estu<strong>do</strong>s, por<strong>é</strong>m <strong>é</strong> impossível at<strong>é</strong><br />

mesmo visl<strong>um</strong>brá-la por meio de ”testes” formais<br />

dinâmicos ou pela usual entrevista <strong>do</strong>s gêmeos no<br />

estilo 60 Minutes.<br />

Não <strong>que</strong> qual<strong>que</strong>r <strong>um</strong> desses estu<strong>do</strong>s, ou<br />

apresentações na tevê, esteja ”erra<strong>do</strong>”. Eles são muito<br />

aceitáveis, com freqüência informativos, no <strong>que</strong> se<br />

propõem a fazer, por<strong>é</strong>m restringem-se à ”superfície”<br />

óbvia e passível de ser testada, não se aprofundan<strong>do</strong> —<br />

e nem mesmo dan<strong>do</strong> a entender, ou talvez supon<strong>do</strong>,

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