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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ÚLTIMA FELICIDA<strong>DE</strong><br />

13.03.54<br />

(Hon Damsade En Sommar). Suécia. 51. Realização de Arne Mattson. Elenco:<br />

Ulla Jacobson, Folke Sundskist e outros. Distribuição da França Filmes. Em<br />

exibição no cine Normandie.<br />

O amor e a juventude transformaram-se em poesia e tivemos um grande<br />

filme, “A última felicidade”, com a qual seu realizador, Arne Mattson se coloca<br />

entre os maiores cineastas do cinema sueco e universal. Já esperávamos assistir<br />

a um ótimo filme, mas esta película superou todas as expectativas.<br />

Em “Hon Damsade en Sommar”,seguindo uma tradição das mais<br />

autênticas do cinema de sua terra, Arne Mattson deixou tudo o que é acessório<br />

no filme ⎯ a mensagem social, o estudo psicológico, o “suspense”, a ação<br />

desenfreada e todos os demais elementos secundários da obra de arte, que<br />

podem ou não estar presentes nela ⎯ e procurou atingir a beleza pura. Esse<br />

novo diretor evitou em seu filme todo artístico, inclusive o de utilizar-se de um<br />

argumento original, para realizar com os recursos específicos do cinema, uma<br />

obra de arte acabada. Podemos dizer agora que ele logrou alcançar seu<br />

objetivo.<br />

Aparentemente talvez, o argumento de “Última felicidade” é de uma<br />

absoluta simplicidade. Um estudante vai passar suas férias de verão na<br />

fazendola de seu tio, que vive em uma região em que domina a pequena<br />

propriedade. No campo ele conhece uma pequena camponesa. Surge o amor,<br />

mas a jovem terá logo de voltar para a capital, para continuar os estudos, o que<br />

leva a moça a evitá-lo. O amor dos dois, porém é muito grande e acaba por<br />

vencer. A história continua depois, mas toda a fita resume-se em um poema de<br />

amor. A narrativa da atração que aqueles dois jovens sentem um pelo outro, um<br />

tendo 19, o outro 17 anos, é de uma beleza inenarrável. Ficamos<br />

completamente encantados ao assistirmos o filme e nos parece de um certo<br />

modo, forçado tentar analisá-lo. A obra de arte é para ser admirada, e não<br />

criticada.<br />

Arne Mattson não se preocupou muito com a contextura formal do<br />

roteiro, não dando grande importância à curva dramática da história.<br />

Preocupou-se antes por criar situações que lhe dessem oportunidades para criar<br />

algo de belo. Todo seu talento foi posto na direção. Mattson dirigiu “Hon<br />

Damsade en Sommar” como raramente temos visto no cinema. Ele não se<br />

deixou dominar por preconceitos sobre formalismos, de que o cinema universal<br />

tem sido vítima nos últimos anos. Os efeitos psicológicos e dramático que

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