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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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DUAS NOTAS<br />

18.12.54<br />

Quando analisamos “Os amores de Lucrecia Borgia” e “O fruto<br />

proibido”, dois filmes recentemente exibidos em São Paulo, lembramos termos<br />

criticado também o seu aspecto moral, embora salientássemos que isto nada,<br />

tinha que ver diretamente com a significação estética dessas películas. Fizemos,<br />

no entanto, essas observações cumprindo um dever mínimo de cristianismo.<br />

Algumas pessoas, disseram-nos nesta ocasião que nossa atitude só poderia ser<br />

prejudicial, pois a experiência tem provado que, quando um filme, um<br />

romance, uma peça teatral é pichada de imoral, então é que atrai<br />

verdadeiramente o público. Concordamos com a segunda parte dessas<br />

afirmações. Aliás, o cine Oasis, conhecendo esse tipo de reação do público,<br />

costuma fazer uma, publicidade tal de seus filmes, sugerindo cenas<br />

pornográficas e indecentes, mesmo quando estas películas nada têm de<br />

reprovável. Entretanto não achamos razoável ficar calados. Aquelas pessoas<br />

que são atraídas por filmes, por que seu conteúdo moral é criticado, indicam<br />

uma corrupção interna tão triste e tão avançada, que de nada adianta deixarem<br />

de ver mais uma fita suja. E temos certeza de que sempre haverá quem, lendo<br />

nossa seção, evitara assistir a certos filmes, cujo valor artístico é nulo, e que<br />

moralmente só poderão ser prejudiciais.<br />

Talvez já tenham os nossos leitores notado, que geralmente ignoramos<br />

em nossas “Indicações” e “Roteiros” os filmes exibidos no cine Oasis. O<br />

motivo é simples. Esse cinema pertence à empresa do Marrocos. Geralmente,<br />

portanto, os filmes que exibe são péssimos, especialmente aqueles projetados<br />

em conjunto pelas duas salas. Acresce ainda que, quando se trata de<br />

lançamentos, temos películas classe B, de valor artístico mínimo. que o próprio<br />

Marrocos deixou de apresentar. Em certas ocasiões, porém, o cineminha da<br />

praça Julio Mesquita apresenta algumas boas reprises. Nessas ocasiões, porém,<br />

às vezes o fato nos passa despercebido, seja porque estamos desacostumados a<br />

ver fitas boas naquele cinema, ou então em vista da péssima publicidade que é<br />

feita de seus filmes. Está, aí numa explicação, que provavelmente se fazia<br />

necessária.<br />

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