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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O PREÇO <strong>DE</strong> UM HOM<strong>EM</strong><br />

05.05.54<br />

(“The naked spur”). EUA. 52. Direção de Anthonny Mann. Produção de William<br />

Wright. Roteiro de Sam Rose e Harold Jack Bloon, música de Bronislau Kaper.<br />

Fotografia de William Mellor, em tecnicolor. Elenco: James Stewart, Janet Leigh,<br />

Robert Ryan, Ralph Meeker e Millard Mitchel. Metro. Em exibição no cine Metro<br />

circuito.<br />

Cot.: Regular Gen.: Western<br />

“O preço de um homem”, atual cartaz do cine Metro, é uma película sob<br />

muitos aspectos paradoxal. Indiscutivelmente atrai e merece ser vista, mas<br />

possui certas limitações, que lhe roubam boa parte do valor. Formalmente é um<br />

“Western”; tem todos os elementos essenciais a esse tipo de filme, mas se<br />

analisarmos com mais cuidado, veremos que muito se aproxima de um policial<br />

de fundo psicológico.<br />

A idéia central do filme é bastante curiosa. Um homem sai em busca de<br />

um criminoso, cuja captura lhe proporcionará um prêmio de cinco mil dólares.<br />

Entretanto, quando ele está prestes a alcançar o assassino, surgem dois outros<br />

indivíduos que o auxiliam na captura e, depois, exigem que o prêmio seja<br />

dividido por três. Antes de qualquer coisa, porém, eles precisam levar para a<br />

cidade de onde fugira, o criminoso, que se aproveita então para explorar a<br />

ambição de cada um daqueles homens, provocando disputas entre eles, e os<br />

incita a ganhar o prêmio sozinhos.<br />

Entretanto, o problema complicou-se ainda mais com a roteirista Sam<br />

Rolse e Harold Jack Bloon não souberam aproveitá-lo como deviam. Tentaram<br />

com honestidade definir psicologicamente cada personagem, tornando<br />

adequados atos de cada um às suas respectivas personalidades, mas<br />

evidenciando pouca experiência, não souberam levar isto até as suas vítimas<br />

conseqüências. Emaranhados na trama que eles próprios criaram, confundiramse,<br />

perderam o senso da proporção e da continuidade orgânica, prejudicando o<br />

valor de sua obra, que, no entanto, não deixava de apresentar interesse.<br />

Entretanto, o problema complicou-se ainda mais com a escolha de<br />

Anthonny Mann para dirigir o filme. Sobre esse cineasta dos mais estranhos,<br />

gostaríamos qualquer dia de escrever uma crônica especial. Podemos, no<br />

entanto, defini-lo de maneira breve, afirmando que ele nem sempre tem o senso<br />

da medida e jamais se conforma com a mediocridade dos cenários que lhe dão,<br />

o que o leva a ser demagógico em algumas ocasiões. Além disso, na sua<br />

preocupação pela forma, ele nem sempre é muito claro e necessita sempre que

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