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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO DA S<strong>EM</strong>ANA<br />

25.11.54<br />

A atual semana cinematográfica está fraquíssima. Nenhum lançamento<br />

prometedor. Entretanto, como devemos obedecer nestas colunas a um critério<br />

antes estético, do que a qualquer outro, salientamos, entre os filmes da<br />

Cinelandia, “Os amores de Lucrecia Borgia”, superprodução francesa de<br />

Christian-Jaque. Ao que soubemos, embora bastante cortado pela censura,<br />

trata-se de um filme muito imoral, pornográfico mesmo, e, à luz de um<br />

julgamento prévio, não o aconselhamos a ninguém. Entretanto, foi dirigido por<br />

Christian-Jaque, um diretor inteligente e talentoso, embora sem grande poder<br />

de expressão, e, por isso, colocamos seu filme em primeiro lugar em nossa<br />

resenha. A fita tem Martine Carol e Pedro Armendaris nos principais papeis e<br />

foi rodada em “tecnicolor”.<br />

Um filme que não promete muito, mas que poderá proporcionar um<br />

divertimento muito mais sadio, é “No entardecer da vida”, (Bandeirantes),<br />

comedia sobre os meios teatrais em que uma conhecida estrela de seus quarenta<br />

anos insiste em representar um papel de Jovem. Dirigiu a comédia um<br />

especialista em filmes baseados em peças de teatro, Irving Rapper e no elenco<br />

contamos os ótimos atores William Holden, Robert Douglas e Ginger Rogers.<br />

No Metro temos um filme de propaganda norte-americana sobre a<br />

guerra da Coréia. “Prisioneiro de Guerra”, dirigido por Andrew Marton, narra a<br />

história de dois soldados aliados, que, aprisionados pelos chineses, fingem ter<br />

passado para o seu lado, para fazer espionagem. No Ritz está outro filme de<br />

propaganda contra a Rússia, “Mistérios de Tanger”, de Lew Landers, no qual<br />

um agente norte-americano procura descobrir três cientistas que marcaram<br />

reunião em Tanger, para revelar segredos atômicos aos russos. O Jussara<br />

focaliza diversos “shows” de Paris em “Folias parisienses”. No Marabá há uma<br />

reprise, “Aconteceu na 5 o Avenida”. E no Marrocos temos um dramalhão<br />

italiano típico desse cinema, “A mancha”, cujo enredo é complicadíssimo.<br />

Mais valerá a pena ir ver, em segunda semana, “O salário do medo”, um<br />

dos maiores filmes do ano, e a comédia de Danny Kaye, em terceira semana no<br />

Paratodos, “Cabeça de Pau”.

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