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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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NA SENDA DO CRIME<br />

27.03.54<br />

Brasil, 53. Direção de Flaminio Bollini Cerri. Roteiro do mesmo e de Fábio Carpi.<br />

Fotografia de Henry Fowle. Elenco: Miro Cerni, Silvia Fernanda, Cleide Yaconis,<br />

Nelson Camargo, Joseph Guerreiro, Lima Neto, Vicente Leporace, José Policema,<br />

Pedro Petersen e Marly Bueno. Produção de Vera Cruz. Distribuição da<br />

Columbia. Em exibição no Ipiranga e circuito.<br />

Cot: Fraco Gen.: Policial<br />

Já escrevemos muito sumariamente sobre este filme, quando de sua<br />

exibição no Festival Internacional de Cinema do Brasil. Dissemos então que,<br />

apesar de todas as suas falhas, “Na senda do crime” ainda era a melhor das três<br />

películas apresentadas pelo Brasil nesta festividade. Calcule o leitor, então,<br />

como era ruins as outras duas fitas, embora uma delas, “Gigante de Pedra”,<br />

revelasse um jovem diretor de muito futuro, Hugo Khouri.<br />

“Na senda do crime” foi o último filme terminado pela Companhia<br />

Cinematográfica Vera Cruz, antes que as dificuldades econômicas<br />

interrompessem seus trabalhos durante longos meses. Quando ele foi iniciado e<br />

mesmo planejado, a grande empresa de São Bernardo, que deu uma nova feição<br />

ao nosso cinema, já se via envolvida em sérios problemas econômicos, que lhe<br />

impunham severas restrições nos gastos. Dessa forma, a fita de Flaminio<br />

Bollini Cerri é um reflexo dessa situação, deixando transparecer em si as<br />

dificuldades que enfrentou a Vera Cruz durante sua realização.<br />

“Na senda do crime” é tipicamente um filme dos chamados classe B, em<br />

face das reduzidas despesas de produção (há filmes classe A, B e C). Trata-se<br />

de um policial sem grandes pretensões, baseado nos moldes clássicos de<br />

Hollywood, dos quais se afasta muito pouco. Há nele uma certa influência neorealista,<br />

mas como gênero policial não se presta muito para películas desse teor,<br />

ela pouco se faz notar, predominando simplesmente a movimentação do<br />

enredo, seus imprevistos e sua “ação”.<br />

Esta sua característica, aliada a personagens reduzidas a meros clichês, o<br />

que lhes rouba qualquer possibilidade dramática mais intensa, torna o filme<br />

muito próximo a um policial norte-americano de segunda categoria, pois o<br />

mesmo não apresenta a depuração formal, tanto de roteiro como de direção,<br />

que os melhores policiais de Hollywood possuem, graças a uma longa<br />

experiência em filmes dessa natureza.

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