09.05.2013 Views

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ROTEIRO E NOTAS<br />

09.04.54<br />

Dois filmes disputam o interesse da crítica cinematográfica nesta<br />

semana: “O paria das ilhas”, de Carol Reed, e “O manto sagrado”, em<br />

cinemascope. Em relação ao primeiro, é o valor artístico que predomina. Seu<br />

realizador, Carol Reed, situa-se entre os dois ou três melhores cineastas<br />

ingleses da atualidade. A ele devemos filmes como “O ídolo caído”, “O<br />

condenado” e “O terceiro homem”, em que se revelou um cineasta<br />

extraordinariamente dotado, embora abusasse um pouco do estilo, como<br />

pudemos observar especialmente nesse último filme. Podemos, portanto,<br />

esperar uma excelente fita. Já o segundo, só consegue interessar graças ao<br />

fatode ser cinemascope, processo novo de filmagem e projeção, que provoca<br />

uma ligeira impressão de relevo, e que vem recebendo acolhida ora<br />

entusiástica, ora desinteressada mesmo hostil por parte da crítica e do público.<br />

O interesse, porém, é exclusivamente esse, pois o filme, “O manto sagrado”,<br />

dirigido pelo medíocre Henry Koster, não passa de mais uma superprodução<br />

bíblica.<br />

Além dessas duas películas, uma terceira poderá ser uma surpresa.<br />

Trata-se de “A rainha virgem”, da Metro, dirigida por George Sidney, cineasta<br />

que não conseguiu se salientar enquanto fazia musicais, mas que nos brindou<br />

no ano passado com uma fita de aventuras, “Scaramouche”, que abriu novos<br />

horizontes para esse gênero de filmes.<br />

As demais apresentações não prometem muito, ou melhor nada<br />

prometem, e portanto, preferimos não mencioná-las.<br />

Não compreendemos porque Carlos Ortiz, o co-diretor de “Luzes nas<br />

sombras”, que já foi responsável por um outro filme muito ruim, “Alameda da<br />

saudade, 113”, nos enviou a carta que publicamos terça-feira. Não há dúvida<br />

que ela, o exime um pouco da responsabilidade da realização do filme, mas<br />

mesmo assim seria muito melhor deixar que tudo passasse em branco.<br />

Já que falamos de filmes nacionais de décima terceira categoria,<br />

lembramo-nos de “Paixão tempestuosa”, que o Broadway exibir na semana<br />

passada. Nós nos temos referido a péssima qualidade de grande maioria das<br />

películas produzidas na Capital Federal. Pensando na Vera Cruz, porém, nada<br />

*<br />

*

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!