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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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PAIXÃO T<strong>EM</strong>PESTUOSA<br />

02.04.54<br />

Brasil, 53. Direção e roteiro de Antonio Tibiriçá. Fotografia de George Tamarski.<br />

Música de Anthony Sergi. Elenco: Vida Alves, Ana Luz, Jardel Filho, Ângela<br />

Fernandes, Tânia Castilho, Marcos Granados, Renato Ferreira e outros. Produção<br />

da Íris Filme. Distribuição da Cinedistri Unida Filmes. Em exibição no Broadway<br />

e circuito.<br />

Cot.: Péssimo Gen.: Drama<br />

A Companhia Cinematográfica Serrador está de parabéns por haver<br />

escolhido o cine Broadway para exibir este filme nacional, “Paixão<br />

Tempestuosa”, pois assim evitou que muita gente, enganada, fosse vê-lo. As<br />

piores películas dessa companhia exibidora são apresentadas nesse cinema, e<br />

“Paixão Tempestuosa”, que, evidentemente, só conseguiu seu lançamento<br />

graças à lei dos oito a um (que pretendem transformar em quatro a um), não<br />

merecia outra sala de espetáculos.<br />

Não vamos fazer uma crítica, no sentido estrito da palavra, desse filme.<br />

Aliás, chamar de filme ao amontoado de cenas filmadas, que alguns cinemas de<br />

São Paulo estão exibindo atualmente, parece-nos um tanto temerário. “Paixão<br />

Tempestuosa” é algo de inominável. Qualquer defensor do cinema brasileiro,<br />

por mais extremado que fosse, depois de vê-lo ficaria um pouco cabisbaixo.<br />

Nós, que não apreciamos os excessos, ficamos. Mas também não era para se<br />

esperar outra coisa. Antonio Tibiriçá, seu diretor e roteirista, foi o realizador de<br />

um filme, que, durante bastante tempo, era citado como o exemplo de um filme<br />

brasileiro péssimo, “Liana, a pecadora”. Não era pois, de espantar que “Paixão<br />

Tempestuosa” não passasse de um dramalhão ridículo, roteirizado dirigido e<br />

interpretado, pessimamente, sem o mínimo de continuidade necessária para<br />

merecer o nome de “filme”.<br />

Evidentemente, não vamos falar do desempenho dos atores, nem mesmo<br />

dos principais. Não seria justo para eles, pois nem um Daniel Gelin ou uma<br />

Jean Simons seriam capazes de se salvar com um diretor da ordem de Tibiriçá.<br />

Preferimos, antes, fazer uma observação. Temos, nestas colunas, analisado<br />

severamente as produções da Multifilmes. Mantemos nossas afirmações, mas<br />

não há dúvida de que, depois de vermos uma película como “Paixão<br />

Tempestuosa”, compreendemos melhor, embora não justifiquemos, a<br />

mediocridade das fitas da empresa de Anthony Assunção, “Chamas no<br />

Cafezal” ou “Fatalidades” podem possuir todos os defeitos imagináveis, mas

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