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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO E NOTAS<br />

03.06.54<br />

Excetuando-se as fitas do Festival do Cinema Italiano, as demais<br />

películas que estrearam nesta semana não se apresentam nada promissoras.<br />

Citamos inicialmente “É proibido beijar”, comédia da Vera Cruz, dirigida por<br />

Ugo Lombardi, com Tonia Carrero e Mario Sergio. Ugo Lombardi foi o diretor<br />

de uma das piores produções daquela empresa, “Veneno”, mas ao que parece<br />

“É proibido beijar” é uma comédia sem pretensões artísticas e poderá agradar.<br />

Substituindo finalmente “O manto sagrado” deverá estrear amanhã no<br />

República e Plaza, a segunda película da Fox em cinemascope, “Como agarrar<br />

um milionário”, filme já exibido no Festival de Cinema, e que não apresenta<br />

nenhum valor especial, constituindo-se apenas em uma comediazinha vulgar.<br />

Mais interessante, embora também não prometa muito, é “Buana, o demônio”,<br />

filme de aventuras rodado na África em tecnicolor, sob a direção de Arch<br />

Obeler, um dos mais famosos radicalistas norte-americanos. Esta fita de fora do<br />

comum o fato de ter sido realizada em três dimensões (com auxílio de óculos) e<br />

teve grande sucesso nos estados Unidos. Os filmes que exigem óculos<br />

polaroides, porém, logo caíram de moda, suplantamos pelo cinemascope, e,<br />

embora em São Paulo isso não chegasse a suceder, pois a COP cortou logo a<br />

existência dos filmes em 3-D, o cine Oásis apresentará “Buana, o demônio” em<br />

versão comum.<br />

Quanto ao Festival do Cinema Italiano, os três filmes já apresentados<br />

eram dirigidos por alguns dos melhores diretores italianos da atualidade. Entre<br />

os que não foram ainda exibidos salientamos “Guardas e ladrões”, comédia<br />

dirigida pela dupla Steno e Monicelli, que parece ter tido nessa fita seu melhor<br />

trabalho, e “Processo a la cittá”, de Luigi zampa, que também tem sido<br />

considerado um filme reabilitador para o seu diretor, a quem devemos “Viver<br />

em paz”. Os outros dois filmes são de interesse mais reduzido. “A insatisfeita”<br />

foi dirigida por Mario Soldati, cineasta excessivamente irregular e muito<br />

impessoal, mas que já tem realizado filmes de valor. “Puccini”, em tecnicolor,<br />

biografia do famoso compositor ultra-romântico, foi realizada pelo<br />

comercializado Carmine Gallone.<br />

José Carlos Burle, veterano diretor do cinema nacional, do qual a<br />

maioria dos nossos leitores não viram ainda o último filme, “Chamas no<br />

cafezal”, está preparando uma nova película, “Feitiço da vila”, que, como seu<br />

nome está indicando, versará sobre a vida e os sambas de Noel Rosa. Não há<br />

duvida que a idéia é ótima; lamentamos para um filme pleno de possibilidades.

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