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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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REBELIÃO DOS PIRATAS<br />

07.10.54<br />

(“Hurricane Smith”). EUA. 52. Direção de Jerry Hopper. Produção de Nat Holt<br />

para a Paramount. Roteiro de Frank Gruber, baseado em história de Gordon<br />

Young. Fotografia de Ray Renahan. Música de Paul Sawtel. Elenco: John Ireland,<br />

Yvonne De Carlo, Forrs Tucker, Richard Arlen, James Craig, Lyle Bettger, Stuart<br />

Handall e Emile Mayer. Paramount. Em exibição no Art-Palacio e circuito.<br />

Cot.: Mau No gênero aventuras.: Fraco<br />

“Rebelião dos piratas” chega muito atrasado a São Paulo. Produzido em<br />

1952, só dois anos mais tarde é aqui exibido. O motivo, todavia parece-nos<br />

simples. Esta fita não só é má sob o ponto de vista artístico, como também o<br />

público pouco ou nada se interessará por ela. Como seu título o está indicando,<br />

temos outra vez uma história de piratas. Hurricane Smith, o herói do filme,<br />

perdera um tesouro, com o naufrágio do seu navio. Para recuperá-lo, rouba ele<br />

mesmo outra embarcação. Como estivesse sem dinheiro vê-se em seguida<br />

obrigado a fretá-la ao vilão do filme, fantasiado de cineasta. Este tenta<br />

apoderar-se do barco, e então vemos diante de nossos olhos sucederem-se todos<br />

aqueles acontecimentos, que constituem um “filme de piratas”. Com não<br />

poderia deixar de ser, a indefectível “mocinha” está também presente, em meio<br />

de todos aqueles marmanjos mal-encarados.<br />

Pelo assunto do filme e pela forma com que ele foi urdido, já vêem os<br />

leitores que nada se poderia tirar de realmente aproveitável dessa fita. Todavia,<br />

o que é mais grave, é que “Hurricane Smith” não logra nem ao menos ser um<br />

divertimento leve, para público acostumado a películas de aventuras vulgares.<br />

O filme produzido por Nat Holt é monótono, parado sem o menor dinamismo.<br />

Possuindo todos os defeitos clássicos nas películas de seu gênero e que só<br />

foram superados por aquela maravilhosa sátira que foi “O Pirata Sangrento”,<br />

“Rebelião dos piratas” é ainda uma película formalmente primária. Sob o ponto<br />

de vista técnico, evidentemente, trata-se de um filme impecável, pois foi<br />

produzido pela Paramount, que possui um dos estúdios mais bem aparelhados<br />

de Hollywood. Sua forma, porém, consubstanciada no roteiro de Frank Gruber<br />

e na direção de Jerry Hopper, é péssima.<br />

O primeiro escreveu um cenário sem continuidade, sem linha dramática,<br />

sem ação, sem movimento, além de estereotipado e banal. O segundo dirigiu a<br />

película sem a menor inspiração. Vindo do documentário, estreou na direção<br />

com “Cidade atômica”, uma película fraquíssima. Logo após realizou

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