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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROSE MARIE<br />

29.09.54<br />

(“Rose Marie”). EUA. 54. Direção e produção de Mervyn Le Roy para a Metro.<br />

Roteiro de Ronald Miliar e George Froeschel, baseado na opereta de Oscar<br />

Hammerstein e Otto Harbach, “Rose Marie”. Fotografia em Eastman Color.<br />

Elenco: Ann Blyth, Howard Keel, Fernando Lamas, Bert Lahr, Marjorie Main,<br />

Ray Collins e outros. E exibição no Metro e circuito.<br />

Cot.: Péssimo No gênero musical: Fraco<br />

Esta é a terceira versão cinematográfica da celebre opereta, “Rose<br />

Marie”, e, certamente, dentre as três é a pior. Não só a crítica cinematográfica<br />

não pode aceitá-la, como também o público (que não está tão afastado dos<br />

críticos, quanto querem fazer parecer pessoas interessadas) recusará sua<br />

aprovação. E não é para menos. Embora realizado com todo o aparelhamento<br />

técnico da Metro, “Rose Marie” e um filme parado, monótono, aborrecido,<br />

cansativo. Só se salvam nele as gostosas melodias da opereta, as quais, apesar<br />

de fora de moda e sem real valor artístico, ainda conseguem interessar.<br />

Mas, perguntará o leitor, o que levou “Rose Marie” a ser um filme tão<br />

ruim, quando tinha todos os elementos técnicos e econômicos para superar de<br />

longe as duas primeiras versões? Podemos encontrar três motivos principais: o<br />

cinemascopio, a elevação do gosto do público em matéria de musicais, depois<br />

do aparecimento dos filmes de Arthur Freed (“O pirata”, “Cantando na chuva”,<br />

etc.) e a mediocridade dos realizadores do filme.<br />

De fato, a primeira debilidade de “Rose Marie” está na infantilidade do<br />

enredo da opereta; e foi baseando-se nesse argumento que roteiristas<br />

inexpressivos como Ronald Millar e George Froeschel escreveram o cenário<br />

amorfo e desequilibrado do filme. Uma boa direção, todavia poderia dar vida à<br />

fita, imprimindo-lhe ritmo cinematográfico. Quando, no entanto, lembramos<br />

que o diretor é Mervyn Le Roy, que nunca se distinguiu como dominador da<br />

montagem cinematográfica, e que a fita foi rodada em cinemascopio, então nos<br />

certificaremos que essa possibilidade é descabida. O cinemascopio,<br />

principalmente, é uma enormidade, obrigando o pobre Le Roy, que já não tinha<br />

capacidade de fazer coisa muito melhor, a fixar a câmara nos planos médios e<br />

de conjunto, e filmar teatralmente, amorfamente, a ação. O ritmo e a montagem<br />

desaparecem então, e, ficando dessa forma ausente tudo o que é específico ao<br />

cinema temos uma, película lamentável.<br />

No elenco, Ann Blyth esté, bem, embora já tenha tido dias melhores;<br />

Howard Keel é fraco e Fernando Lamas, péssimo, assim como Marjorie Main.

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