09.05.2013 Views

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

MUSEU <strong>DE</strong> CÊRA<br />

28.08.54<br />

(“Home of Wax”). EUA. 52. Direção de Mervin LeRoy. Produção de Brian Foy.<br />

Roteiro de Crane Wilbur. História de Charles Benden. Música de David Butolph.<br />

Elenco: Vicent Price, Frank Lovejoy, Phylis Kirk, Carole Jones, Paul Picerni e<br />

outros. Fotografia em Warnercolor, em Natural Vision, 3D. Produção e<br />

distribuição da Warner. Em exibição no Opera e circuito.<br />

Cot.: Fraco No gênero policial de horror: Bom<br />

“Museu de Cera” foi um dos primeiros filmes em “Natural Vision”, 3-D,<br />

que a Warner realizou. Apresentada nos Estados Unidos como novidade,<br />

embora se tratasse de uma antiga invenção, que não fora utilizada<br />

comercialmente, a terceira dimensão tinha em vista enfrentar a concorrência da<br />

televisão, que provocava em Hollywood uma crise econômica sem precedentes<br />

pela sua extensão. O filme teve um grande êxito. O público americano em peso<br />

foi vê-lo, não obstante o incomodo dos óculos. Os demais filmes, porém, foram<br />

tendo cada vez menos sucesso, até que o sistema foi praticamente abandonado.<br />

Em São Paulo, também a 3-D fracassou, após um inicio promissor no cine<br />

Republica. A afluência ao cine Opera, atualmente, não tem sido excepcional.<br />

“Museu de Cera” não passa afinal, de um mero policial com “suspense”<br />

e algumas cenas de horror, em terceira dimensão. Sobre esse processo já nos<br />

referimos há alguns meses, quando da sua primeira apresentação em São Paulo.<br />

A ilusão do relevo é perfeita, embora os óculos nos incomodem um pouco e a<br />

imagem nem sempre seja absolutamente nítida, parecendo mover-se algumas<br />

vezes no éter. Suas vantagens, porém, são inexistentes. Nada acrescenta à<br />

linguagem cinematográfica, não lhe dando vigor suplementar de espécie<br />

alguma. A montagem funcional de um bom diretor é dez vezes mais<br />

importante. Seu único efeito sobre o público é o de provocar curiosidade, além<br />

do fato de, de vez em quando assustá-lo, principalmente quando qualquer<br />

objeto parece sair do quadro, para cair em cima da platéia.<br />

Voltando ao filme, diremos que “Home of Wax” é um policial, que<br />

poderá inclusive ser considerado bom pelos amantes do gênero, embora de<br />

forma alguma se inclua entre seus melhores modelos. Possui todos os defeitos<br />

clássicos do gênero. É estereotipado, desumano, algo infantil e nada significa.<br />

Sua tentativa de provocar horror ou causar impressão é apenas relativamente<br />

bem sucedida. Todavia, é preciso concordarmos que o cenarista Crane Wilbur,<br />

(“Out side ot the wall”, “Um grito de angustia”, “Fui comunista para o FBI”) é<br />

um especialista no gênero, tendo escrito roteiro tecnicamente correto; que a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!