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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO E NOTAS<br />

25.08.54<br />

Dois fumes especialmente dividem a atenção ao público e da crítica,<br />

nesta semana: “Os 5.000 dedos do Dr. T.” e ‘Sonhos de rua”. O que desperta<br />

mais curiosidade é o primeiro, musical em tecnicolor produzido pelo<br />

inteligente e renovador Stanley Kramer. O filme é dirigido pelo apenas<br />

razoável Roy Rowland, mas nas películas de Kramer o papel do diretor é<br />

sempre secundário, sendo sempre dominado pela personalidade marcante do<br />

produtor. Podemos, portanto, ter uma película excepcional. O público não a<br />

tem recebido muito bem no Exterior mas a crítica mundial, com exceção da<br />

França, só lhe tem feito louvores. Fala-se especialmente, em uma revolução,<br />

em moldes surrealistas, do musical (Esta fita será por nós analisada amanhã).<br />

O segundo filme, “Molti sogni per le strade”, foi dirigido por Mario<br />

Camerini, o realizador de “Flagelo de Deus” e de muitas outras películas.<br />

Camerini nunca demonstrou ser um grande diretor, mas manteve sempre nível<br />

de sobriedade nas suas realizações, que o tornam digno de louvor. Nos últimos<br />

tempos, ele andava algo apagado, mas esta sua última fita foi muito bem<br />

recebida pela crítica européia e merece ser vista.<br />

Em terceiro plano, embora talvez merecesse ser citada antes de todas as<br />

outras películas, colocamos “Fúria do desejo”, dirigida por King Vidor. Esse<br />

cineasta já se situou entre os grandes realizadores de Hollywood, tendo inscrito<br />

seu nome indelevelmente na história do cinema com as películas que realizou,<br />

especialmente de 1925 a 1935, entre as quais se salienta “Hallelujah” (Aleluia),<br />

de 1929, considerada universalmente a primeira grande obra do cinema falado<br />

de todo o mundo. Entretanto, nos últimos anos, Vidor vem decaindo<br />

lamentavelmente. “Vontade indômita” ainda evidenciava nele um diretor de<br />

pulso, “A filha de Satanás” foi seu último filme de classe, embora em absoluto<br />

se tratasse de uma grande realização; suas duas películas mais recentes, “Ciúme<br />

que mata” e “A intrusa” eram apenas uma sombra dos grandes filmes de<br />

outrora. Agora temos “Fúria do desejo”, ao que parece um drama violento, que<br />

permitirá a King Vidor a realização de um ótimo filme. Só nos resta ver a fita,<br />

Finalmente citamos neste “roteiro”, que hoje se estendeu um pouco mais<br />

do que o comum, “A glória de amar”, em que a extraordinária Joan Crawford<br />

estrela no musical. O filme é da Metro e tem na direção o talentoso Charles<br />

Walter. A grande atração da fita, no entanto, reside em como se portará Joan<br />

Crawford, que depois de quarentona investe em um gênero que exige muita<br />

mocidade.

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