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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O PRISIONEIRO <strong>DE</strong> ZENDA<br />

22.06.54<br />

(“Prisioner of Zenda”). EUA. 52. Direção de Richard Thorpe. Produção de Pandro<br />

S. Bergman. Roteiro de John Balderston e Noel Lanlley, baseado em romance de<br />

Anthony Hope. Música de Alfred Newman. Fotografia em tecnicolor de Joseph<br />

Ruttenberg. Elenco: James Mason, Stewart Granger, Deborah Kerr, Louis<br />

Calhern, Robert Douglas, Jane Greer, Lewis Stone e outros. Produção,<br />

distribuição e exibição da Metro.<br />

Cot.: Fraco Gen.: Aventuras<br />

De forma alguma, “O prisioneiro de Zenda” pode ser considerado entre<br />

os filmes de aventura de primeira linha da Metro. Conforme já temos dito mais<br />

de uma vez nestas colunas, a MGM, depois de revolucionar totalmente o filme<br />

musical, graças às películas de Arthur Freed, vem tentando agora, com o uso da<br />

técnica semelhante à dos musicais, dar novas bases para as fitas de aventura.<br />

Nesse sentido tivemos “ Scaramouche” e, de certo modo, também, “A rainha<br />

virgem”, ambas dirigidas por George Sidney. Em “O prisioneiro de Zenda” não<br />

há nada de perfeição formal, do dinamismo rítmico, da estilização, da limpidez<br />

e movimentação que constituíam a beleza desses filmes, principalmente o<br />

primeiro.<br />

Mas também é preciso que concordemos que não era possível esperar<br />

muito mais. O produtor Pandro S. Bergman é especializado em produções<br />

espetaculares sem nenhum valor artístico; e Richard Thorpe (“A mão negra”,<br />

“O grande Caruso”, “lvanhoé”, etc.) é um diretor comercializado e de<br />

capacidade reduzida, que pode realizar um filme de boa qualidade, quando tem<br />

diante de si um ótimo roteiro (“Dupla redenção”), mas e incapaz de criar<br />

qualquer coisa. Além disso seu estilo é pesado, completamente impróprio para<br />

os filmes de aventura, como vimos em “Ivanhoé” e agora ficou novamente<br />

provado.<br />

O resultado disso foi o seguinte: os roteiristas Balderston e Langley<br />

tinham um romance interessantíssimo, movimentado, inteligente, uma das<br />

obras clássicas da literatura inglesa de aventuras, como é o livro de Anthony<br />

Hope, e escreveram um cenário simplificadissímo, sem ação, com todas as<br />

personagens reduzidas a esquemas, sem nada daquele brilho que era próprio do<br />

romance; Thorpe, por sua vez, dirigiu a fita com a habitual passividade e a<br />

tornou mais inexpressiva, e Pandro S. Bergman encarregou-se de cortar pelo<br />

cerne qualquer outra chance do filme.

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