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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO DA S<strong>EM</strong>ANA<br />

16.12.54<br />

“Mônica e o desejo” constitui o principal lançamento desta, semana.<br />

Depois de uma série de programas pornográficos sem o menor valor, o cine<br />

Jussara apresenta este filme sueco, cuja maior qualidade reside na presença de<br />

Ingmar Bergman na direção. Autor do roteiro de dois filmes excelentes,<br />

“Tortura de um desejo”, e “A mulher e a tentação”, vem-se colocando nos<br />

últimos tempos entre os maiores diretores suecos. Exibido no I Festival<br />

Internacional de Cinema do Brasil, e depois no mesmo cine Jussara, vimos dele<br />

neste ano “Noites de circo”, um filme algo desequilibrado, mas profundamente<br />

poético e de conteúdo dramático e poético dos mais autênticos. Em “Mônica e<br />

o desejo”, se Bergman conseguir vencer o eterno problema do equilíbrio que<br />

geralmente surge para os melhores diretores suecos, poderemos ter uma<br />

película notável. Pena que nesta fita surgira novamente o problema da<br />

moralidade. O amor livre na Suécia é infelizmente um fato, que aliás tem<br />

provado mal na prática, e esta fita narra a história de uma jovem de 18 anos e<br />

um rapaz de 19, que resolvem fugir da cidade, e viver livres no campo.<br />

No Art-Palacio temos mais uma produção da “Norma”, distribuída pela<br />

Warner. Trata-se de “Sua majestade, o aventureiro”, em que Burt Lancaster é<br />

co-produtor e ator principal. Essa companhia independente vem procurando<br />

elevar o nível dos filmes de aventura. Encontraram em Burt Lancaster, em face<br />

de sua grande capacidade como ator, de sua plástica, da extraordinária<br />

agilidade e da simpatia que irradia, o interprete perfeito para esse tipo de<br />

filmes. Tivemos então películas como “O gavião e a flecha”, “Amei um<br />

assassino”. No começo deste ano, foi exibido em São Paulo um filme excelente<br />

dessa produtora, “O pirata sangrento”, uma das mais brilhantes sátiras que têm<br />

saído de Hollywood. Agora, “His magesty O’Keefe” conta com a direção de<br />

um bom cineasta, Byron Haskin (“Estranha fascinação”, “Sanha selvagem”, “A<br />

Ilha do tesouro”, “A guerra dos mundos”, “A selva nua”), mas não podemos<br />

confiar nele, pela falta de personalidade. De qualquer forma, porém, poderemos<br />

ter um filme de aventura de bom nível.<br />

Além dessas duas películas temos um filme nacional, “A outra face do<br />

homem”, da Atlantida, sob a direção de J. B. Tanko, que ainda não merece<br />

nossa confiança. No Ipiranga está em exibição uma fita suíça, “Heidí”, dirigida<br />

pelo italiano Luigi Comencini, a quem devemos uma comédia muito agradável,<br />

“Pão, amor e fantasia”. “Cidade que não dorme” é um policial, dirigido por<br />

John Auer. “O fantasma do castelo” (comédia.) e “Caluniada” (dramalhão) são<br />

dois filmes italianos que se apresentam desprovidos de possibilidades. O

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