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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO E NOTAS<br />

22.04.54<br />

Por curioso que pareça, a grande promessa desta semana não é um filme<br />

em longa metragem, mas o complemento “Aves aquáticas”, que Walt Disney<br />

apresentara com seu último desenho, “Peter Pan”. Da fita principal do<br />

programa, é claro, nada se pode esperar além de mais um daqueles cartões<br />

postais, tecnicamente perfeitos, em belas cores, mas piegas, comerciais,<br />

aborrecidamente vulgares e sem nenhuma originalidade. O documentário,<br />

porém, faz parte da excelente serie “As maravilhas da natureza”, que Disney<br />

vem produzindo há alguns anos, e podemos esperar um ótimo filme.<br />

Além disso, quatro outras películas despertam a atenção da critica: “O<br />

menino e a mula”, “O bruto”, “Prisioneiros da Mongólia” e “Filhos do amor”.<br />

O primeiro deles foi dirigido por Maurice Cloche, um diretor irregular, sem<br />

grande talento cinematográfico, mas que às vezes sabe escolher temas<br />

excelentes, como em “M. Vincent”. Este seu último filme, “Peppino e Violeta”<br />

parecem que é de inspiração católica; se esta for autentica, como aconteceu na<br />

fita logo acima citada já teremos um ponto a seu favor. A segunda foi realizada<br />

por Luis Bunuel, cineasta espanhol famoso pelos seus filmes surrealistas e<br />

pelos seus documentarias, o qual recentemente se radicou no México; “El<br />

Bruto” não parece tratar-se de uma das suas melhores realizações, mas<br />

apresenta possibilidades. Um cineasta de grande capacidade cinematográfica,<br />

embora um tanto comercializado, é o que nos atrai em “Prisioneiros da<br />

Mongólia”; Robert Wise, seu realizador, tem mantido um certo nível em suas<br />

produções e talvez isso continue a se verificar nesta fita de aventuras. O último<br />

filme, “Filhos do amor”, merece citação por ter sido dirigido por Leonide<br />

Moguy, um homem de cinema com intenções moralizantes, que realizou<br />

ultimamente uma boa fita, “Amanhã será tarde demais” e uma película<br />

medíocre, “Amanhã é um outro dia”. As outras estréias não merecem citação,<br />

neste rápido roteiro.<br />

Finalmente a Vera cruz reiniciou seus trabalhos, com filmagem de<br />

“Floradas na Serra”. Tudo, no entanto, está ainda, muito incerto. Fala-se em<br />

maior redução dos quadros técnicos. Sobre novos filmes, espera-se o<br />

financiamento do governo federal. A nova Vera Cruz é uma sombra do que era.<br />

Por outro lado, com a saída de Civelli, a Multifilmes está praticamente parada.<br />

Anthony Assunção já gastou muito dinheiro e agora só está interessado<br />

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