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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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MEU FILHO, MINHA VIDA<br />

05.09.54<br />

(“So big”). EUA. 53, Direção de Robert Wise. Produção de Henry Blanke.<br />

Roteiro de John Twist, baseado em romance de Edna Ferber. Fotografia de<br />

Ellsworth Fredericks. Música de Max Steiner. Elenco: Jane Wyman, Sterling<br />

Hayden, Nancy Olson, Steve Foster, Elisabeth Fraser, Martha Hayer, Walter Coy,<br />

Tommy Retting e outros. Produção e distribuição da Warner Brothers. Em<br />

exibição no Ipiranga e circuito.<br />

Cot: Regular No gênero drama: Bom<br />

“Meu filho, minha vida” é um melodrama norte-americano clássico,<br />

realizado com bom gosto e sobriedade, mas sem grande inspiração. Baseado<br />

em famoso romance de Edna Ferber, “Se big”, esta é a terceira versão que<br />

Hollywood realiza. A primeira, em 1925, quando Edna Ferber ganhou o prêmio<br />

Pulitzer, foi estrelada por Colleen Moore; a segunda, dirigida em 1932 por<br />

William A. Wellman, teve Bárbara Stanwick como protagonista, sendo<br />

secundada por outra grande atriz, Bette Davis e pelo inexpressivo George<br />

Brent, os três no início de sua carreira.<br />

Pudemos apontar apenas dois valores decididamente positivos em “Meu<br />

filho, minha vida”: a interpretação de Jane Wyman e a idéia central do filme,<br />

ligada a vocação do homem. A grande atriz de “Belinda” voltou a ter neste<br />

filme outra excelente oportunidade e a aproveitou integralmente. Seu trabalho<br />

foi simplesmente magnífico, valorizando sobremaneira a fita, Jane Wyman<br />

interpreta o papel de Celina, uma mulher de uma vida interior extraordinária, e<br />

o filme no-la vai mostrando à medida que ela envelhece. A maquilagem é de<br />

primeira qualidade, mas o que dá, realmente autenticidade ao trabalho é o<br />

desempenho perfeito da extraordinária atriz, que além de ter um dos olhares<br />

mais expressivos do cinema, sabe usar do jogo facial de forma incomparável.<br />

De grande valor também é a tese central do filme, “So big” constitui-se<br />

em um apelo à autenticidade do homem para consigo mesmo, à realização do<br />

homem pela sua vocação. Celina, a figura central do filme, repetindo uma idéia<br />

de seu falecido pai, dividia os homens em “trigo” e “esmeralda”. Os primeiros<br />

eram os que se realizavam na vida seguindo a sua vocação humana<br />

simplesmente, os últimos, aqueles que se realizavam pela arte. Todos, no<br />

entanto, deveriam ser “trigo” ou “esmeralda”. Quem não fosse nem uma coisa e<br />

nem outra, não seria um verdadeiro homem, não teria seguido a sua vocação<br />

humana; seria apenas um fantoche bem ou mal sucedido financeiramente. E<br />

não obstante esta afirmação ter sido feita no filme de maneira um tanto

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