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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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OITO HOMENS FORTES<br />

16.01.54<br />

(“eight iron men”). Eua. 53. Direção de Edward Dymitric. Produção de Stanley<br />

Kramer. Co-produção de Edna e Edward Anhalt. Roteiro de Harry Brown,<br />

baseado em peça de sua autoria. Desenhos de Produção de R. Sternard. Música de<br />

Leith Stevens. Fotografia de Rory Hunt. Elenco: Bonar Coleano, Arthur Franz,<br />

Lee Marin, Richard Kiley Denis, James Griffth, Dick Morre e Mary Castle.<br />

Produção de Kramer. Distribuição da Columbia. Em exibição no Opera.<br />

“Oito homens fortes” é uma das piores produções de Stanley Kramer.<br />

Nesta afirmação, porém, por curioso que pareça, está contido um grande elogio<br />

ao nível da produção desse cineasta. O responsável por “Leito nupcial” tem<br />

ultimamente recorrido com grande freqüência às fontes teatrais para realizar<br />

seus filmes e desta vez ele não foi muito feliz na escolha da peça para filmar.<br />

Ao contrário de muitos críticos de cinema, não somos contra, em princípio, à<br />

transposição de peças teatrais para a tela. Parece-nos, no entanto, que essas<br />

peças devem ser muito bem escolhidas não só no que diz respeito ao seu<br />

conteúdo, pois nem todas as obras de teatro apresentam possibilidades de ser<br />

transformadas em filme em termos de cinema.<br />

Um exemplo típico do que afirmamos é esta realização de Stanley<br />

Kramer. A peça por ele escolhida, “A sound of hunting”, de Harry Brown,<br />

pouco interesse desperta, tanto do ponto de vista literário quanto<br />

cinematográfico. Seu conteúdo dramático é mínimo e além disso não se presta<br />

para ser filmada, em face de sua reduzida movimentação. Nessa peça, Harry<br />

Brown procura analisar as reações psicológicas de sete soldados de um grupo<br />

de combate, cujo oitavo homem deve ser salvo por eles. Entretanto, tentar a<br />

salvação do companheiro é muito arriscado, o que leva o seu capitão a recusarlhes<br />

ordem para isso, resumindo-se nesse ponto toda tensão dramática do filme.<br />

Harry Brown também escreveu o roteiro do filme, que transcorre quase<br />

que inteiramente dentro de uma casa semidestruida. O diálogo é intenso e<br />

muitas vezes torna-se aborrecido. Os tipos criados, embora se possa notar neles<br />

uma tentativa de originalidade, são na verdade estereotipados e pouco<br />

convincente.<br />

Na direção Edward Dymitric pouco pôde fazer com um roteiro desta<br />

ordem. Geralmente Stanley Kramer não dá muita liberdade aos diretores de<br />

seus filmes e, em “Oito homens fortes”, o trabalho do realizador de “O preço<br />

de uma vida” não chegou a atingir nível superior. Dirigindo os atores, porém,

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