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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O CANTOR <strong>DE</strong> JAZZ<br />

02.01.54<br />

(‘The jazz Singer”).EUA. Direção de Michael Curtiz. Produção de Louis F.<br />

Edelman, Fotografia em tecnicolor de Carl Guthrie. Música de Ray Endorf.<br />

Elenco: Danny Thomas, Peggy Lee, Mildred Dunnock, Edward Franz, Tom Tully<br />

e outros. Em exibição no Opera e circuito.<br />

Esta é uma nova versão de “O cantor de Jazz”, filme realizado<br />

primeiramente em 1927 e considerado, universalmente, como a primeira<br />

película falada, tendo como protagonista o falecido Al Jolson, que então<br />

estreava no cinema. Sinceramente nos surpreendemos com esta fita, pois<br />

embora ela não tenha atingido a nenhum nível superior, assim mesmo<br />

ultrapassou nossas expectativas, pois nada esperávamos dela, a não ser um<br />

musical de mau gosto.<br />

Se considerarmos “The jazz Singer”, como filme musical, pouco tem ele<br />

de positivo. Não passa de uma película. ultrapassada em que um cantor e um<br />

coro judeu, Danny Thomaz e Peguy Lee cantam alguns hinos e canções, numa<br />

mistura curiosa. Ao lado de um musical de Arthur Freed, esta fita causaria riso,<br />

tal o progresso que se tem verificado nesse gênero nos últimos anos.<br />

O valor, ainda que bastante relativo de “O cantor de jazz” reside no<br />

problema de ordem vocacional que coloca com bastante autenticidade. O<br />

roteiro desta fita é irregular e sem unidade; Michael Curtiz é um diretor de<br />

filmografia. vastíssima, mas medíocre, podendo-se salientar unicamente<br />

“Casablanca” e mais um ou dois filmes de guerra em meio a um número<br />

imenso de realizações; esta película não parece ter grandes pretensões,<br />

permanecendo na superfície dos sentimentos humanos, como si acontecer com<br />

a. grande maioria das películas norte-americanas. Entretanto, o problema que o<br />

herói da fita enfrenta é dos mais universais e é tratado com uma honestidade<br />

que não esperávamos dessa fita. Um rapaz é filho de cantor de um templo<br />

judeu de Filadélfia e seu pai deseja que também ele seja o Cantor, substituindoo,<br />

pois seus antepassados desde 1790 vinham ocupando aquele cargo,<br />

formando uma tradição de família. O rapaz porém, não concorda pois sua<br />

vocação é para cantar e representar em teatro de revista. Surge então o choque<br />

entre pai e filho, que só se resolverá no final da fita, depois de muitos<br />

acontecimentos . É claro que o problema da vocação humana não foi tratado<br />

nesse filme com profundidade: nem sequer falou-se da sua importância e da<br />

traição que o homem faz a si mesmo quando deixa de seguir a vocação que<br />

recebeu de Deus. Soube-se, porém, no filme, situar a questão como um<br />

problema de vocação, que se deve seguir mesmo que à custa de sacrifícios, e

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