09.05.2013 Views

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OS BRUTOS TAMBÉM AMAM<br />

17.06.54<br />

(“Shane”). EUA. 52. Direção e produção de George Stevens. Roteiro de E. A.<br />

Guthrie. Música de Victor Yung. Fotografia de E. Griggs. Elenco: Alan Ladd,<br />

Van Heflin, Jean Arthur, Brandon De Wilde, Jack Palance e outros. Produtora e<br />

distribuidora: Pramount. Em exibição no Art-Palacio e circuito.<br />

Cot.: Muito bom Gen.: “Western”<br />

“Os brutos também amam” é um filme extraordinário, que se inclui<br />

entre os grandes “westerns” do cinema norte-americano. Atualmente, este<br />

gênero é tão digno quanto qualquer outro. Esta verdade demorou para ser<br />

compreendida, mas agora não pode mais ser negada. Naturalmente continuam a<br />

ser produzidos aqueles infindáveis “far-wests” estereotipados e banais, como<br />

temos atualmente, no Bandeirantes, “Sob o comando da morte”, havendo ainda<br />

coisas muito piores do que ele, mas também o drama possui como<br />

correspondentes o melodrama e o dramalhão, e o filme poético tem a sua<br />

resposta no pieguismo desenfreado. Desta forma, depois de “No tempo das<br />

diligencias” e “Sangue de heróis”, de Ford, depois de “Consciências mortas” e<br />

“Céu amarelo”, de Wellman, de “Armadilha”, de Sam Wood, de “inchester<br />

73”, de Mann, de “O correio do interno”, de Hathaway, de “Matar ou morrer”,<br />

de Zinneman, de “O matador”, de Henry King, a obra-prima do gênero, e de<br />

vários outros, o “western” adquiriu um valor próprio, que “Os brutos também<br />

amam” serviu para confirmar mais uma vez.<br />

“Shane” é quase que exclusivamente obra de George Stevens, o grande<br />

cineasta que a produziu e dirigiu. Não há dúvida que devemos levar em conta<br />

os seus colaboradores, especialmente E. A. Guthrie, que escreveu um excelente<br />

roteiro, mas Stevens influenciou e dominou toda a película com seu talento<br />

invulgar. Esse diretor, que há muitos anos demonstrava possuir grande<br />

capacidade, apesar de dirigir filmes menores, como “Serenata Prateada”,<br />

“Gunga Din”, “A mulher que não sabia amar”, “Original Pecado” e “A vida<br />

continua”, estourou fulgurantemente no cenário cinematográfico mundial com<br />

um filme magnífico, “Um lugar ao sol”, que imediatamente o colocou entre os<br />

três ou quatro maiores diretores de Hollywood. A seguir, tivemos ainda um<br />

bom filme seu, mas algo convencional, “Na voragem do vício”, logo seguido<br />

de “Os brutos também amam”, que reafirmou de sobejo seu talento, embora<br />

não atingisse o nível de sua obra-prima.<br />

Em Stevens o que mais nos impressiona é o seu estilo. Até agora não<br />

encontramos nada em sua obra que nos permita afirmar que ele tenha algo a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!