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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIROS NOTAS<br />

13.05.54<br />

Várias películas despertam a nossa atenção nesta semana. Em primeiro<br />

lugar surge “Mar cruel”, filme inglês de guerra dirigido por Charles Frend (“O<br />

imã encantado”, “Epopéia trágica”), que recebeu vários prêmios na Europa.<br />

Frend é um dos mais perfeitos diretores ingleses, embora sofra também um<br />

pouco do mal generalizado do seu povo: é muito frio o que não nos impede de<br />

esperar uma película de exceção. “Páscoa de Sangue”, filme italiano de<br />

Giuseppe De Santis, merece o segundo posto. Esse diretor é muito irregular,<br />

sendo capaz de realizar películas as mais diversas “trágicas perseguições”,<br />

“Arroz amargo”, “Roma às onze horas”, “Non c’e pace tra gli ulivi” é anterior<br />

a esse último filme e não foi muito bem acolhido por certa parte da crítica<br />

italiana, mas é sempre uma esperança. Outra fita de Leonide Moguy, cujo filme<br />

“Filhos do amor”, está em quarta semana no Jussara, estreou ontem no<br />

Ipiranga; trata-se “Filhos de outra mulher”, realizado na Itália, e nesse filme, ao<br />

que parece, o realizador de “Amanhã será tarde demais” acentuou ainda mais<br />

sua tendência para o sentimentalismo. “A história de três amores” cuja estréia<br />

está programada para hoje no Metro, poderá interessar por ter como diretor de<br />

um dos episódios Vincent Minelli, responsável por vários dos melhores<br />

musicais produzidos por Arthur Freed. Além desses quatro filmes, citamos<br />

ainda um policial norte-americano, “Cruéis dominadores”, em exibição no<br />

Broadway, e que tem na sua direção um dos melhores desenhistas de produção<br />

de Hollywood, William Cameron Menzies, que, no entanto, como diretor, não<br />

se tem salientado. Resumindo, portanto, à luz de julgamento prévio, os filmes<br />

mais promissores da semana são “Mar cruel”, “Páscoa de sangue”, “O filho de<br />

outra mulher”, “História de três amores” e “Cruéis dominadores”. As demais<br />

estréias não apresentam possibilidades.<br />

Henri Stork, famoso documentarista belga, a quem devemos uma<br />

pequena obra-prima. ‘‘O mundo de Paul Delvaux”, está atualmente em São<br />

Paulo. sexta-feira última ele compareceu ao auditório do Museu de Arte<br />

Moderna, sendo então exibidos dois filmes seus: ‘‘Janela aberta” (filme de arte)<br />

e “O banquete dos contrabandistas” (longa-metragem de ficção).<br />

O ano de l953 marcou ao mesmo tempo o período áureo e a derrota das<br />

grandes produtoras paulistas. Agora a Multifilmes e s Vera Cruz só pensam em<br />

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