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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO E NOTAS<br />

15.06.54<br />

Como na semana passada “A um passo da eternidade” dominava<br />

completamente os lançamentos, nesta semana surge soberanamente “Os brutos<br />

também amam”, (“Shane”), de George Stevens, o qual já foi exibido no cine<br />

Arlequim, por ocasião das Jornadas Nacionais do I Festival Internacional de<br />

cinema do Brasil. George Stevens foi o grande realizador de “Um lugar ao sol”,<br />

uma das obras culminantes do cinema norte-americano do após-guerra, e, em<br />

“Os brutos também amam” temos um clássico do “western”. Além desse filme,<br />

merecem também nossa atenção duas outras películas, “Os condenados” — fita<br />

espanhola dirigida por Mur Oti, que, quando de sua apresentação no Festival de<br />

Cinema, não deixou de causar interesse, embora estivesse eivada de falhas — e<br />

“O prisioneiro de Zenda”, filme de aventuras da Metro, dirigida por um<br />

cineasta correto, mas sem poder criativo, Richard Thorpe, e que poderá<br />

interessar pela equipe técnica da MGM. Além disso, lembramos que “A um<br />

passo da eternidade” permanece em segunda semana e “Martírio ao silêncio”, o<br />

lindo filme de Mackendrick talvez continue ainda por alguns dias no<br />

Normandie, merecendo ainda uma nota “O pequeno mundo de D. Camilo”, em<br />

reprise no Para todos. As demais películas não têm predicados para ser citada.<br />

Um dos reflexos da crise por que passa o cinema nacional, a qual<br />

culminou com o fechamento ou paralisação da Vera Cruz, Multifilmes e Kino<br />

Filmes é a situação da Cinematográfica Bandeirantes. Esta empresa possuía e<br />

possui laboratórios bem aparelhados, onde muitos dos filmes nacionais eram<br />

montados, dublados etc. Ultimamente, porém, diminuiu tanto a produção de<br />

películas em São Paulo que a Bandeirantes se viu sem trabalho e foi obrigada a<br />

despedir uma serie de empregados. só conservando os mais antigos. Até<br />

quando continuará essa situação? Enquanto o governo não intervir<br />

decididamente, não só com o financiamento, mas também com legislação<br />

adequada, não vemos possibilidade alguma de solução.<br />

O Sr. Mauricio Vasques enviou-nos uma carta fazendo uma reclamação<br />

perfeitamente justificada. Afirma ele que, em nossa crônica sobre “É proibido<br />

beijar”, não citamos o seu nome como co-autor do roteiro, ao lado de Fábio<br />

Carpi, e diz “É proibido beijar” tem defeitos e qualidades: mais, muito mais<br />

defeitos do que qualidades. Mas faço absoluta questão de assumir a co-<br />

*<br />

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