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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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CIDA<strong>DE</strong> DA PERDIÇÃO<br />

21.08.54<br />

(“Processo alia cità”). Itália. 53. Direção de Luigi Zampa. História de Etore<br />

Giannini. Elenco: Amedeo Nazzari, Silvana Pampini, Paolo Stoppa, Franco<br />

Interlenghi, Mariella Lotti, Edward Cianelli e outros. Em exibição no Art-Palacio<br />

e circuito.<br />

Cot.: Muito bom No gênero drama: Idem<br />

Um casal aparentemente honesto aparece, certa manhã, assassinado num<br />

prédio de apartamento de Nápoles, em fins do século passado. Não há o menor<br />

indicio sobre o criminoso. Marido e mulher eram pacatíssimos e até caridosos.<br />

O povo diz que foi um crime de amor, mas nada o prova. Passam-se os tempos.<br />

Vários meses, depois, surge uma pequena pista, que leva o juiz encarregado do<br />

processo ao elucidamento da questão, O “honesto” e caridoso burguês era um<br />

refinado ladrão e sua mulher, a proprietária de um bordel elegante. O crime<br />

fora cometido pela “Camorra”, que o julgará e condenará, pois a vítima<br />

denunciara um dos componentes do verdadeiro sindicato do crime, que<br />

abrangia toda a cidade, de suas classes mais humildes, às mais elevadas.<br />

“Processo alla citá” é a história desse crime e da luta que, a partir desse<br />

momento, o juiz encarregado do processo move contra a “gang”, que explorava<br />

o povo napolitano é fazia justiça por conta própria. Podemos dizer que Zampa<br />

realizou um filme sob muitos aspectos brilhante. Toda a ação do juiz, na busca<br />

dos criminosos, especialmente a reconstituição do julgamento, realizado em um<br />

restaurante à beira-mar, é interessantíssima, possuindo valores humanos e<br />

dramáticos dos mais positivos. Dezenas de personagens os mais diversos,<br />

relações complicadas, problemas insolúveis são colocados sucessivamente na<br />

fita. O roteiro do filme, tendo diante de si uma história extraordinariamente<br />

complexa, conseguiu tornar-se claro e orgânico, sem jamais recorrer a<br />

simplificações arbitrárias, como é muito comum em filmes policiais norteamericanos<br />

sobre sindicatos do crime. Seu único defeito foi ter deixado a<br />

história sem conclusão, quando uma conclusão se impunha.<br />

Luigi Zampa dirigiu brilhantemente a fita. O realizador de “Viver em<br />

paz”, “Angelina a deputada”, “O interno não tem preço” e o “Drama da linha<br />

branca” (em nosso “Roteiro e Notas”, por um lapso citamos “O Bandido”, que<br />

como todos sabem é de autoria de Lattuada) não só confirmou suas qualidades<br />

já anteriormente conhecidas, como revelou ainda mais apurada forma<br />

cinematográfica. Usou principalmente dos movimentos de câmara com muita<br />

propriedade e, na criação do clima, foi perfeito. Seu trabalho de reconstituição

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