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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O PRÍNCIPE VALENTE<br />

30.07.54<br />

(“Prince Valiant”). EUA.54. Direção de Henry Hathaway. Roteiro de Dudley<br />

Dickols. História de Harold Foster. Produção de Robert L. Jacks. Música de Franz<br />

Wexman. Fotografia de Lucien Ballard. Elenco: James Manson, Janet Leigh,<br />

Robert Wagner, Debra Paget, Sterling Hayden, Victor MacLaglen, Donald Crisp,<br />

Brian Aherne, Barry Jones e outros. Produção e distribuição da Fox em<br />

Cinemascopio. Em exibição no República e Plaza.<br />

Cot.: Regular Gen.: Para todos<br />

“O Príncipe Valente” é um filme que merece ser visto. Como quase<br />

todos os filmes de aventura e também os musicais, seu problema é a eterna<br />

falta de conteúdo humano, é a inexistência de análise psicológica dos<br />

personagens, e a redução dos mesmos a meros clichês, a figuras estereotipadas<br />

e sem vida, sem paixões, sem dificuldades internas, dividindo-se apenas em<br />

boas e más, em companheiros do herói ou do vilão. Entretanto é preciso que<br />

convenhamos que os realizadores não pretenderam outra coisa, senão realizar<br />

uma película com essas características. A ação estuante, o movimento, as lutas,<br />

as correrias dos filmes, de aventura chocam-se evidentemente com os elencos<br />

dramáticos por exemplo da obra de arte. Dificílima é a sua conjunção, e está<br />

claro que em “Prínce Valiant” se resolve sumariamente ignorar estes últimos, o<br />

que limitou o valor do filme.<br />

Entretanto, se analisarmos “O Príncipe Valente” unicamente como um<br />

filme de aventura clássico, levando-se em conta preponderantemente seu<br />

aspecto formal, verificamos estar diante de uma película quase que perfeita.<br />

A história, de Harold Foster, baseado nos lendários Cavaleiros da<br />

Távola Redonda, tem algo de infantil, na sua simplicidade, mas é exemplo<br />

autêntico de narração do gênero. Temos no filme as aventuras do príncipe<br />

Valente, filho de um rei vicking, que luta com vários inimigos procurando<br />

reconquistar o trono de seu pai, que fora usurpado por um traídos, e ao mesmo<br />

tempo sagra-se cavaleiro do rei Arthur. Sobre essa base, Dudley Nickols<br />

escreveu um roteiro exemplar para um filme de aventuras. Muito claro e<br />

preciso seu cenário é absolutamente orgânico, equilibrado, com ação do<br />

começo ao fim, lógico e apresentando uma curva dramática perfeita. Mesmo o<br />

caso de amor ele conseguiu introduzir na fita corretamente, sem dar a<br />

impressão de se tratar de um acrescentado na última hora.<br />

A direção de Hathwav, porém, que devemos maior interesse da fita.<br />

Dudley Dickols, de quem tivemos “No tempo das diligências”, “Correio do

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