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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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BALANÇA MAS NÃO CAI<br />

17.01.54<br />

Brasil 53 Direção de Paulo Wanderley. História e Roteiro de Max Nunes, Paulo<br />

Gracindo e Mario Brazini. Elenco: Marlene, Brandão Filho, Paulo Gracindo<br />

Herval Rossano, Mario Lago, Sergio de Oliveira, Wellington Botelho, Apolo<br />

Correia, Edmundo Maia e outros. Distribuição da Cinedistri. Em exibição no<br />

Marabá e circuito.<br />

“Balança mas não cai”, é uma produção da Cinematográfica Mauá, do<br />

Rio de Janeiro. Os nosso leitores já devem ter reparado que é comum não<br />

analisarmos nesta seção filmes cariocas. A razão disso é simples. Salvo<br />

raríssimas exceções, todos eles são fraquíssimos tanto do ponto de vista<br />

artístico, quanto técnico. “Ba1ança mas não cai” não deixou de seguir essa<br />

lamentável regra. É uma comedia bastante medíocre, realizada em tom de<br />

chançada barata.<br />

Pesa-nos ser obrigados a criticar uma fita nacional nestes termos, ainda<br />

mais quando o nosso cinema enfrenta uma seria crise econômica, mas não nos<br />

parece que devamos ser condescendentes apenas por esse motivo. “Balança<br />

mas não cai” é uma película completamente ultrapassada mesmo para o cinema<br />

brasileiro, pois apresenta falhas técnicas gritantes. Sua fotografia, sua<br />

sonorização, a montagem, estão eivadas de defeitos graves.<br />

Como é sobejamente conhecido, está fita é baseada em um famoso<br />

programa de rádio, que vai para o ar semanalmente no Rio e em São Paulo.<br />

Trata-se de um programa cômico engraçadassimo e no filme o que há de<br />

melhor são as piadas e os tipos caricaturais criados pelos programadores.<br />

Embora sem o menor sentido de cinema, embora seja muito mal dirigida por<br />

Paulo Wanderley e o roteiro de Max Nunes, Paulo Gracindo e Mario Brazini<br />

não apresenta qualidade cinematográfica alguma, não obstante tudo isso, a fita<br />

consegue algumas boas gargalhadas do público, graças ao senso de humor de<br />

programa radiofônico. Há também em “Balança mas não cai” uma tentativa de<br />

sátira às campanhas eleitorais, mas feita de maneira grosseira, sem a menor<br />

finura, apresentando pois um valor muito discutível.<br />

O elenco é todo ele muito fraco. Apenas Herval Rossano e Brandão<br />

Filho salientam-se um pouco. Este último, aliás, possui uma mascara cômica<br />

das melhores e no papel do “primo pobre” presenteou-nos com um<br />

desempenho bastante promissor.

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