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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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A LANÇA PARTIDA<br />

28.12.54<br />

(“Broken Lance”). EUA. 54. Direção de Edward Dmytry. Roteiro de Richard<br />

Murphy, baseado em história de Philip Yordan. Produção de Sol C. Siegel para a<br />

Fox em cinemascopio. Fotografia de Robert Mac Donald. Música de Leigh<br />

Harline. Elenco: Spenecr Tracy, Richard Widmarck, Jean Peters Robert Wagner,<br />

Katy Jurado, Hugo O’Brien e outros. Distribuição da Fox. Em exibição no<br />

República e circuito.<br />

Cot.: Bom Caract.: “western” autêntico<br />

“A lança partida” logrou ser um filme de valor, embora se prendesse às<br />

leis clássicas do “western”. Aliás reside ai sua principal qualidade. Por longos<br />

anos o cinema norte-americano vem aperfeiçoando a estrutura técnica de seus<br />

filmes. Na busca de um produto estandardizado, foi passando de experiência a<br />

experiência, até chegar ao resultado de hoje. Para o “western”, para o policial,<br />

para a comédia, para o musical foram criados alguns modelos, que permitem as<br />

equipes as mais medíocres realizar filmes de nível comercial.<br />

Ao produzir “Broken lance’’ Sol C. Siegel não quis fugir às regras<br />

básicas do “western”. Cingindo-se a isso, porém, o roteirista Richard Murphy<br />

(“Boomerang”, “Pânico nas ruas”) e o diretor Edward Dmytryc conseguiram<br />

vencer o mais serio obstáculo, condicionado por essa estrutura estereotipada o<br />

da desumanidade. O filme é a história de um pioneiro, de um grande criador de<br />

gado do oeste e de seus quatro filhos, três dos quais se revoltam contra o pai à<br />

primeira oportunidade. O argumento é de Philip Yordan, conhecido roteirista,<br />

mas quem se encarregou de cenariza-lo foi Richard Murphy, que já tem dado<br />

boas provas de capacidade. Seu trabalho foi bom, só falhando naquela<br />

concessão da luta final, que só pode ser explicada por uma imposição do<br />

produtor e dos códigos de censura de Hollywood, segundo os quais os “maus”<br />

devem ser punidos. Murphy soube construir um roteiro lógico, orgânico, bem<br />

desenvolvido, em que a personalidade dos atores principais pôde ser bem<br />

definida. Lembremos, porém, que para isso colaborou muito a direção e mais<br />

ainda o desempenho de alguns atores. Richard Widmarck, por exemplo, teve<br />

um notável desempenho, personificando muito bem o filho recalcado e de<br />

espírito fraco. Spencer Tracy, embora sem o mesmo brilho, merece os maiores<br />

elogios. Katy Jurado portou-se com discreação, Jean Peters não se impôs e<br />

Robert Wagner esteve razoável.<br />

Encontraremos, porém, o segredo do êxito desta fita na direção de<br />

Dimytryc. Esta película marca a sua libertação de Stanley Kramer, onde sua

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