09.05.2013 Views

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

BONITA E AUDACIOSA<br />

04.07.54<br />

(“She couidn’t say no”). EUA. 54. Direção de Lloyd Bacon. Produção de Robert<br />

Sparks. Roteiro de D. D. Beauchamps, William Bowers, e Richard Flounoy.<br />

Elenco: Jean Simons, Robert Mitchum, Arthur Hunnicutt, Edgar Buchanan,<br />

Wallace Ford, Jimmy Hunt e outros. Produção da RKO. Em exibição no Ipiranga<br />

e circuito.<br />

Cot.: Fraco Gen.: Para todos<br />

Geralmente os críticos de cinema colocam em segundo ou terceiro plano<br />

na análise de um filme a interpretação dos atores. E realmente não poderia<br />

deixar de ser assim, pois além de o diretor, o roteirista e o autor da história<br />

serem mais importantes em si mesmos, o bom desempenho do elenco depende<br />

principalmente do trabalho do diretor. Em “Bonita e audaciosa”, entretanto, o<br />

que há de melhor, o que merece realmente destaque é a interpretação de todos<br />

os atores e especialmente de Jean Simons.<br />

“She couldn’t say no” é uma comediazinha sem grandes pretensões.<br />

Narra a história de uma moça milionária, que devia sua vida aos habitantes de<br />

uma pacata e Longínqua cidadezinha do interior norte-americano, onde<br />

nascera. De volta da Inglaterra, onde ela realizara seus estudos, resolve<br />

recompensar aquela gente que a auxiliara há vinte anos e passa a distribuir<br />

presentes e dinheiro, causando uma série de complicações e um caso amoroso<br />

com o jovem atlético médico da localidade. O tema não deixe de ser<br />

interessante, mas foi roteirizado diferentemente, sem vivacidade, sem<br />

inteligência. O medíocre Lloyd Bacon, por sua vez, nada fez na direção para<br />

valorizar o filme. Limitou-se exclusivamente a dirigir os atores, todos eles<br />

muito mais capazes do que ele, não se preocupando sequer em imprimir um<br />

ritmo mais cinematográfico à fita.<br />

Tivemos, assim, uma comédia algo chocha, sem vida, embora não<br />

totalmente destituída de interesse. Esse interesse, no entanto, parte<br />

especialmente do desempenho de Jean Simons, cuja atuação vale a fita, A<br />

Ofélia de “Hamlet”, sozinha, é capaz do salvar um filme, e foi o que fez em<br />

“Bonita e audaciosa”. Encarnou o papel de grã-fininha altruísta, com absoluta<br />

autenticidade, graças ao seu notável jogo de expressão facial, ao seu olhar<br />

brilhante, enfim, à naturalidade e perfeição de sua arte.<br />

Seu companheiro, Robert Mítchun, também esteve muito bem. Não se<br />

espantem nossos leitores com esta afirmação. Mitchun pode ser um ator<br />

péssimo, quando o diretor resolve explorar seu talento de herói e galã, com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!