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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO E NOTAS<br />

23.03.54<br />

Nesta semana, dois filmes despertam principalmente a atenção dos<br />

amantes do cinema. “O Inferno n.o 17”, de Billy Wilder, apesar de algumas<br />

referências não muito elogiosas, é o grande lançamento da semana. O<br />

extraordinário diretor de “Sunset Boulevard” e de “A montanha dos Sete<br />

Abutres”, um dos raros cineastas de Hollywood, cujos filmes levam a marca da<br />

sua personalidade, vem realizando através do cinema uma crítica trágica e algo<br />

desumana da sociedade moderna. Podemos, pois esperar uma película fora do<br />

comum. Também promete muito uma comédia francesa, “Carrossel da<br />

Esperança”, que deverá estrear quinta-feira próxima no cine Oasis. Esta<br />

película narra a História da volta a sua aldeia de um carteiro e da grande festa<br />

que ali se realiza em sua homenagem “Jour de fête”, que foi muito bem<br />

recebido pela crítica francesa, é a primeira fita em longa metragem de Jacques<br />

Tati que, no passado, se fez representar no Festival de Veneza com grande<br />

sucesso com seu último filme, “Les vacances de M Hurlot”, na qual ele<br />

interpreta também o principal papel.<br />

Além desses dois filmes, citamos ainda como dignos de interesse,<br />

“Parias do Vicio”, pela direção de Joseph M. Newman, e pela ótima Anne<br />

Baxter; “Lagrimas amargas”, um drama com Bette Davis, dirigido pelo<br />

decadente Stuart Heisler; e finalmente, “Na senda do crime”, o último filme<br />

realizado pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, antes do seu temporário<br />

fechamento, é a melhor fita, brasileira apresentada no I Festival Internacional<br />

de Cinema do Brasil, apesar de todas as suas limitações.<br />

No Brasil também já se fazem películas em terceira dimensão. A<br />

iniciativa coube à Alvorada Cinematográfica Ltda., que exibiu quinta-feira<br />

última, em seu pequeno auditório da Av. Brigadeiro Luiz Antonio, um<br />

documentário em terceira dimensão, pelo sistema de “Polaroid”, que todos<br />

julgaram tão bom ou melhor que os seus similares norte-americanos, que vimos<br />

exibidos no cine República, Opera, Metro e no Festival de Cinema.<br />

A Alvorada foi fundada há pouco mais de dois anos, com o intuito<br />

inicial de realizar pesquisas de cinema. Pouco depois de sua organização, seus<br />

técnicos, liderados pelo fotografo George Tamarski, resolveram realizar uma<br />

película em terceira dimensão. Todos os aparelhos necessários, com exclusão<br />

da lente, foram fabricados pela Alvorada Cinematográfica, e finalmente agora<br />

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