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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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INGLESES E ITALIANOS<br />

22.05.54<br />

Em artigo recente, o “Times”, de Londres, fez curiosas e interessantes<br />

observações a respeito do cinema italiano, de seu futuro comercial e de suas<br />

relações com a Inglaterra.<br />

Depois de afirmar que a cinematografia italiana foi a mais ativa da<br />

Europa no ano de 1953, prediz o famoso jornal que provavelmente dentro dos<br />

próximos dois anos os italianos tomarão a iniciativa da formação sobre o<br />

continente de um “pool” de co-produção, equivalente — em campo<br />

cinematográfico — à comunidade carbo-siderurgica, conseguindo assim<br />

superar — através da cooperação das várias industrias cinematográficas<br />

européias as atuais dificuldades tarifarias; segundo o “Times”, uma<br />

cinematografia européia assim organizada poderia contar potencialmente com<br />

25 milhões de espectadores, contra os 160 milhões da indústria norteamericana.<br />

Em seguida o articulista faz algumas considerações que provavelmente<br />

não agradarão aos italianos, embora não sejam totalmente destituídas de<br />

fundamento. Afirma ele que, depois de ter conseguido ganhar uma maior<br />

quantidade de dólares com a difusão da sua produção dublada em inglês através<br />

das grandes cadeias de projeção dos Estados Unidos, o cinema italiano já está<br />

usando e usará mais ainda dos tais dólares para introduzir os mais conhecidos<br />

astros de Hollywood nos seus filmes, aumentando assim a sua popularidade.<br />

Finalmente o “Times” passa a falar das relações italo-britânicas,<br />

afirmando em certo momento: “os italianos notam com certa preocupação que<br />

os ingleses, tanto no campo cinematográfico como em muitos outros, se<br />

mostram muito arredios em assumir empenhos para aquela co-produção<br />

européia sobre a qual acima falamos”, e reconhece enfim que “Técnicos e<br />

críticos britânicos opõem resistência à introdução no mercado inglês de filmes<br />

italianos dublados”.<br />

Perguntaremos agora: têm razão os ingleses em agir assim? A resposta<br />

parece-nos simples: sob o ponto de vista das co-produções eles estão<br />

absolutamente certos, se considerarmos o problema da autenticidade e do<br />

caráter nacional da obra de arte; com referência à distribuição dos filmes, não<br />

concordamos com eles.

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