09.05.2013 Views

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OS SALTIMBANCOS<br />

06.01.54<br />

(“Man on a tightrope”). EUA. 53. Direção de Elia Kazan. Roteiro de Robert L.<br />

Sherwood. Música de Franz Waxman. Elenco: Fredric March, Terry Moore,<br />

Gloria Grahame, Cameron Mitchell, Adolph Menjou, Robert Beatty, Alex<br />

D`Arçy, Richard Boone, e outros. Produção de Robert L. Jacks para a Fox. Em<br />

exibição no Marabá e circuito.<br />

Em nossa pequena resenha dos filmes que estrearam nesta semana<br />

afirmamos que “Os saltimbancos” tanto podia ser mais uma boa realização de<br />

Elia Kazan, como uma fitinha de propaganda. Esta película, porém, não é nem<br />

uma nem outra coisa. Por curioso que pareça ambas as hipóteses são<br />

verdadeiras.<br />

Embora tenha sido realizado por dois artistas autênticos, “Man ou a<br />

tightrope” é um filme cheio de altos e baixos. Um proprietário de um circo na<br />

Tchecoslováquia dominada pelo comunismo russo, sente sua liberdade e a de<br />

seus companheiros completamente perdida. E o resultado disso é que para seu<br />

desespero o seu circo vai pouco a pouco morrendo. Resolve ele então fugir com<br />

toda a sua “troupe” para a zona norte-americana, atravessando a fronteira pelo<br />

ponto aparentemente mais difícil — a estrada. O filme é a história dessa fuga<br />

audaciosa.<br />

Naturalmente “Os saltimbancos” é um filme de propaganda<br />

anticomunista. Principalmente no começo da fita insiste-se particularmente em<br />

mostrar-nos os grandes defeitos do regime stalinista. E como todo filme de<br />

propaganda, esta fita é também muito discutível sob esse aspecto, embora os<br />

seus realizadores tenham sido bastante comedidos. Além disso, a história<br />

básica dessa película atinge muitas vezes as raias da inverossimilhança.<br />

Quase esquecemos, porém, destes senões ante roteiro de Robert<br />

Sherwood e a direção de Elia Kazan, indiscutivelmente dois grandes homens de<br />

cinema. O primeiro, que já recebeu um Oscar, pela cenarização de “Os<br />

melhores anos de nossa vida” e o prêmio Pulitzer, pelo livro “Roosevelt o<br />

Hopkins”, escreveu um roteiro de excelente teor, com personagens válidos,<br />

situações reais, formalmente brilhante e pleno de intensidade dramática. O<br />

segundo, a quem devemos filmes como, “Laços humanos”, “O vingador”,<br />

“Pinky”, “A luz é para todos”, “Uma rua chamada pecado”, provou nesta fita<br />

definitivamente que não só sabe escolher ótimos roteiros, mas também é um<br />

diretor de grande capacidade. Dirigindo com brilhantismo os atores, entre os<br />

quais se salientam Fredric March e Terry Moore, embora todos os demais

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!