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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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OS HOMENS PREFER<strong>EM</strong> AS LOURAS<br />

04.05.54<br />

(“Gentlemen prefer blondes”). EUA, 53. Direção, Howard Hawks. Produção de<br />

Sol C. Siegel. Roteiro de Charles Lederer, baseado em história de Anita Loos e<br />

Joseph Fields. Música de Leonel Newman. Coreografia de Jack Cole. Elenco:<br />

Jane Russel, Marlyn Monroe, Charles Coburn, Elliot Read e outros. Fox. Em<br />

exibição no Marabá e circuito.<br />

Cot.: Fraco Gen.: Musical<br />

Na semana passada, o cine Ritz exibiu uma comediazinha musical de<br />

segunda ordem mas despretensiosa e simples, procurando divertir o público<br />

com processos razoavelmente honestos. Falamos de “Doce Inocência”. Agora a<br />

mesma companhia a Fox nos manda outro filme do mesmo gênero e também<br />

de segunda ordem, “Os homens preferem as louras”, que tem contra si uma boa<br />

dose de pretensão, um caráter sensacionalista e uma tentativa de usar o<br />

discutível “sex-appeal” de Jane Russel e de Marilyn Monroe como atração.<br />

Não será por isso, porém, que iremos negar qualquer valor à fita. Não há<br />

dúvida de que, sob um ponto de vista artístico, “Os Homens preferem as<br />

louras” é um absoluto fracasso. A história de Anita Loos, que escreveu uma<br />

novela famosa sob esse título, e de Joseph Fields não apresenta qualquer valor<br />

especial, sendo desprovida de originalidade: as aventuras de uma jovem, à<br />

procura de um milionário, constituem seu cerne. Charles Lederer, o roteirista<br />

(“O beijo da morte”, “Monstro do ártico”) apresenta apenas um trabalho limpo,<br />

mas perfeitamente comercial e inexpressivo. Na direção, Howard Hanks<br />

desmente todos os que vêem nele algum talento especial; é diretor de rotina<br />

que, de vez em quanto, faz alguma incursões pretensiosas no reino da arte (“O<br />

rio vermelho”). A coreografia de Jack Cole e má, incrivelmente ultrapassa. A<br />

direção artística e o uso do tecnicolor nos levam quase que a retirar as<br />

referencias elogiosas que fizemos a “Doce inocência”, ao progresso que a Fox<br />

vem realizando nesse setor. O elenco, com exceção de Charles Coburn, é quase<br />

que homogeneamente péssimo, merecendo apenas menção especial Marilyn<br />

Monroe, que mantendo a linha de “Torrente de paixão” e “Como casar com um<br />

milionário”, tem um desempenho inqualificável. Essa atriz, que provou seu<br />

talento, suficientemente, em filmes passados, foi desfigurada pelo sucesso.<br />

Como dizíamos, porém, não é nosso fito negar todo e qualquer atrativo à<br />

fita. Afinal, ela contêm algumas boas piadas, as duas atrizes são bonitas e<br />

alguns números musicais foram bem escolhidos. Tememos, porém, que sejam

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