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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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FALSA VERDA<strong>DE</strong><br />

26.09.54<br />

(“Sornething for the birds”). EUA. 54. Direção Robert Wise. Produção de Samuel<br />

Engel, para a Fox. Roteiro de I. A. L. Diamond e Boris Ingster, sobre história do<br />

último. Fotografia de Joseph La Shelle; Música de Sol Kaplan. Elenco: Victor<br />

Mature, Patrícia Neal, Edmund Gwenn, Larry Keating e outros. Distribuição da<br />

Fox, em exibição no cine Ritz São João.<br />

Cot: Bom No gênero cômico: Ótimo<br />

“Falsa verdade” é dessas comédias gostosíssimas, que Hollywood nos<br />

manda de vez em quando. Não se trata de nada hilariante, de morrer de rir.<br />

Pertence antes à linha, que teve seus cultores máximos, em Frank Capra e no<br />

roteirista Roberto Riskin, uma dupla inolvidável, a que devemos filmes<br />

notáveis, nos quais os estilos de um e outro se fundiam maravilhosamente.<br />

Mais tarde eles se separaram, mas deixaram seguidores para suas comédias<br />

humanas, românticas, delicadas visadas em uma filosofia de vida otimista e<br />

reconfortante. “Something to the birds”, como já o fora “O senhor 880”, serve<br />

como prova do que afirmamos. Evidentemente não atinge a perfeição dos<br />

melhores filmes daquela dupla, como “Do mundo nada se leva”, “Adorável<br />

vagabundo”; mas ainda assim, não pode deixar de ser visto por quem realmente<br />

gosta de cinema, ama a sétima arte, e não se compraz em idealizar teorias<br />

sofisticadas e julgamentos preconcebidos sobre ela.<br />

“Falsa verdade” é o que chamaríamos um filme de roteiro. O que há de<br />

mais importante nele é o “script”, cabendo normalmente à direção um lugar de<br />

segundo plano. Só um diretor excepcional e com um estilo muito particular<br />

poderia inverter essa ordem. Temos, portanto, no roteirista Boris Ingster<br />

(também excelente diretor, devendo-se a ele entre outros “Um romance no<br />

outono”), que teve colaboradores tanto ao escrever o cenário como a história do<br />

filme, o maior responsável pela fita. Baseando-se evidentemente em “O senhor<br />

880”, conta-nos a história de um velho e bondoso gravador de uma tipografia<br />

de Washington, especializada em convites de grandes festas, que, subtraindo<br />

sempre um convite, comparecia às reuniões da sociedade como um almirante<br />

aposentado. Em um verto momento, porém, ele se interessa por um projeto do<br />

Congresso, relativo à sobrevivência dos condores, e então surgem inúmeras<br />

complicações para a sua vida.<br />

“Falsa verdade” é um filme transparente. Não possui nenhum grande<br />

rasgo, nenhuma violência, nada de complexo ou profundo, mas tem uma<br />

simplicidade e uma pureza que nos divertem, emocionam e encantam. Saímos

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