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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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SALVE A CAMPEÃ<br />

07.12.54<br />

(“Dangerous when wet”). EUA. 53 Direção de Charles Walters. Produção de<br />

Ceorge Wells, para a Metro. Roteiro de Dorothy Kingsley. Música de Arthur<br />

Schwartz. Canções de Johnny Mercer. Elenco: Esther Willians, Fernando Lamas,<br />

William Desmarest, Jack Carson, Denise Darcel, Donna Corcoran, Charllote<br />

Greenwood, Barbara Whiting, Henri Letondal e outros. Em exibição no Metro e<br />

circuito.<br />

Cot.: Fraco Caract.: Passatempo convencional<br />

“Salve a campeã” é uma fitinha que não precisa ser vista, para se saber<br />

do que se trata. Lembra uma caixinha de bombons muito bem arrumadinha ou<br />

um anuncio da Coca-Cola um colorido suave e gostoso, caras bonitas, casas<br />

lindas e ricas, piscinas, rios com água mais azul do que um céu em nuvens,<br />

mares com um nevoeiro tão puro, tão cristalino, que lembra uma poesia de<br />

Cruz e Sousa, gente feliz, contente, cheia de saúde e cujo único problema é<br />

comprar um touro enfim uma afirmação deslavada de que vivemos no melhor<br />

dos mundos possíveis.<br />

Além disso, a fita é tecnicamente perfeita. Possui uma equipe de<br />

cineastas experientes e a tradição de qualidade dos estúdios da Metro (“Quando<br />

canta o coração”, “Anjos e piratas”, “A sereia e o sabido”) a seu favor. A<br />

roteirista Durothy Kingsley é fraca, mas conhece perfeitamente seu trabalho. O<br />

diretor Charles Walters, porém, embora totalmente comercial, possui<br />

inegavelmente ótimas qualidades, como pudemos ver em “Ciúme, sinal de<br />

amor”, “Desfile de Páscoa” e “Tudo azul”, todas essas fitas produzidas por<br />

Arthur Freed. E o resultado é que esse bombom “aquático musical”, regado a<br />

Tom e Jerry, fica ainda mais atrativo para as menininhas adolescentes, tanto às<br />

de fato, quanto às de espírito, que encontram em Fernando Lamas seu príncipe<br />

encantado.<br />

Deixemos, todavia, de lado esta mediocridade total, que é “Salve a<br />

campeã”, que tem ainda por cima um elenco dos piores, encabeçado pela<br />

inexpressiva Esther Williams e pelo péssimo Fernando Lamas, salvando-se<br />

apenas Jack Carson. De nada adianta dizermos que esse filme não tem valor<br />

algum do ponto de vista estético, pois isso já é mais do que sabido. O que nos<br />

resta, porém, é prevenirmos nossos leitores contra os preconceitos, que disso<br />

podem advir. Arthur Freed ainda existe e ainda realizará grandes musicais. E<br />

apenas porque a maioria dos filmes desse gênero são inexpressivos, isto não<br />

significa que não se possam produzir grandes musicais. Por enquanto, apenas

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