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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O <strong>DE</strong>STINO ME PERSEGUE<br />

26.10.54<br />

(“The President’s lady”). EUA. 53. Direção de Henry Levin. Roteiro de John<br />

Patrick, baseado em novela de Irving Stone. Elenco: Susan Hayward, Charlton<br />

Heston, John McIntire, Fay Bainter, Carl Betz, Cladys Hurbut e outros. Produção<br />

de Sol C. Siegel para a Fox. Em exibição no Marabá e circuito.<br />

Cot.: Bom No gênero drama.: Idem<br />

Com “O destino me persegue” ficamos a um passo do melodrama<br />

clássico norte-americano, cujas origens devem ser buscadas talvez no primeiro<br />

grande criador da história do cinema, David Grifith, com seu “Lírio Partido”.<br />

Por muito pouco tínhamos um filme do gênero de “A carta”, “O morro dos<br />

ventos uivantes”, “Um amor em cada vida”, “Jezabel”, “Em cada coração um<br />

pecado”, “Destino amargo” e muitos outros, que representam muito do que o<br />

cinema da grande terra do norte tem de mais autêntico e belo. Essa classe de<br />

filmes tem sido muito atacada. Menosprezam-na. Acusam-na de piegas,<br />

artificial e sem contacto com a realidade, quando apenas contrasta com a<br />

concepção moderna do mundo. Em uma terra de crítica social, de técnica, de<br />

amargura, de casos de psicanálise, de guerras totais, de descrença e do<br />

intelectualismo, apresentam-nos filmes puramente românticos. E<br />

evidentemente isto choca o estudioso sofisticado, embora vá de encontro aos<br />

sentimentos mais puros das pessoas simples. E a única forma de calar os<br />

primeiros ou ao menos fazer diminuir sua grita é lembrar-lhes que o mestre<br />

desse gênero é o grande William Wyler.<br />

Infelizmente, porém, “O destino me persegue” não possuía nenhum<br />

William Wyler para dirigir e por isso não atingiu as alturas dos filmes<br />

anteriormente citados. Trata-se de uma película. biográfica e, baseando-se em<br />

uma novela de Irving Stone, narra a vida do presidente dos Estados Unidos<br />

Audrew Jackson, principalmente sob o ponto de vista de suas relações com sua<br />

esposa. Esta era divorciada e acusam-na de adultera surgindo daí uma série de<br />

dificuldades e conflitos. Naturalmente sob as ordens do produtor Sol C. Siegel,<br />

o roteirista John Patrick enveredou pela senda do drama romântico, se<br />

preocupando muito com o realismo e a historicidade do que narrava. Limitouse<br />

apenas a descrever em rápidos traços a figura dos dois personagens<br />

principais, e depois sem mais se preocupar com análises psicológicas,<br />

mensagens sociais, procurou antes contar uma história de amor, que vai até à<br />

velhice. Se considerarmos que seu intento era apenas esse, temos que dizer que<br />

Patrick foi bem sucedido. Enfrentado o gênero difícil da biografia, ele

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