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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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MAIS FORTE DO QUE A MORTE<br />

08.09.54<br />

(“Act of love”). EUA. 53. Direção e produção de Anatole Litvak. Roteiro baseado<br />

na novela “The girl in the Via Flaminia”, de Alfred Hayes. Música de Joe Hajos.<br />

Elenco: Dany Robin, Kirk Douglas, Bárbara Laage, Robert Stratuss, Fernand<br />

Ledoux, Gabrielle Dorziat, Serge Reggiani e outros. Produção de Benagoss. Em<br />

exibição no Marrocos e circuito.<br />

Cotação: Muito bom No gênero drama: Idem<br />

Anatole Litvak situa-se entre os cineastas mais autênticos da atualidade.<br />

Artista internacional, nasceu na Ucrânia, trabalhou depois na Alemanha e na<br />

França, dirigindo numerosos limes em varies países. Em 1936, partiu para os<br />

Estados Unidos, onde se fixou, realizando, então, uma série de películas<br />

bastante irregulares no tempo, mas que não desmentiram seu talento<br />

evidenciado na Europa. Litvak jamais se curvou ao comercialismo de<br />

Hollywood; a sua própria falta de continuidade no trabalho é um reflexo desse<br />

fato, que se prova pelo alto nível de suas realizações. Possuidor de talento<br />

excepcional, situado a um passo apenas do gênio, ele jamais realizou obrasprimas,<br />

mas devemos-lhe filmes inesquecíveis. Salientamos, entre outros,<br />

“Dois contra uma cidade inteira”, “Noite eterna”, “Na cova das serpentes”, em<br />

que demonstrou sempre capacidade de expressão cinematográfica excepcional,<br />

sensibilidade afinadíssima, faltando-lhe unicamente personalidade mais<br />

marcante, que lhe permitisse imprimir em seus filmes maior continuidade de<br />

idéias.<br />

“Mais forte do que a morte” situa-se na linha de seus melhores filmes.<br />

Analisamos, ontem, o seu sentido de drama clássico norte-americano, pelo seu<br />

caráter individualista, provando que, embora um artista internacional, Litvak se<br />

deixou imbuir perfeitamente do espírito de cinema dos Estados Unidos; e<br />

lembramos que correlatamente o filme lança uma mensagem individualista de<br />

combate a toda e qualquer generalização de nossos julgamentos sobre os<br />

homens, que no mundo de hoje estão cada vez mais sendo considerados como<br />

grupo, como sociedade, como massa e não como pessoas humanas. Agora,<br />

depois de termos focalizado rapidamente a figura de Anatole Litvak, que<br />

dirigiu e produziu “Act of love”, queríamos examinar o filme, sob seu aspecto<br />

formal. Veremos, então, que a direção do realizador de “City for conquest” é<br />

magistral. Provando mais uma vez o fino artista que é, na captação de todos os<br />

sentimentos, dos menores dados psicológicos de suas personagens, na perfeita<br />

percepção do dramático e do angustiante das situações, Litvak está em um de<br />

seus melhores dias. Seu trabalho de montagem é brilhante; cortando com rara

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