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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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OS 5.000 <strong>DE</strong>DOS DO DR, T.<br />

26.08.54<br />

(“The 5.000 fingers of dr. T.”). EUA. 53. Direção de Roy Rowland. Produção de<br />

Stanley Kramer. Roteiro do dr.Seuss e de Allan Scott, sobre história do primeiro.<br />

Fotografia em tecnicolor de Frank Planner. Música de Frederick Hollander.<br />

Vestidos de Jean Louis. Desenho de produção de Rudolph Sternard. Elenco: Peter<br />

Lind Hayes, Mary Heale, Hans Conried e Hommy Retting. Produção da Stanley<br />

Kramer company, para a Columbia. Em exibição no Ipiranga e circuito.<br />

Cot.: Regular No gênero musical: Bom<br />

“Os 5.000 dedos do Dr. T.” pode ser um filme “regular”, sob um<br />

escalonamento absoluto de valores, mas jamais será um filme medíocre.<br />

Stanley Kramer e seus auxiliares tentaram realizar uma revolução no musical e<br />

falharam, mas ninguém lhes poderá negar a capacidade e o talento. Seu filme<br />

se situa muito acima da maioria das películas do gêneros, mas de forma alguma<br />

estamos diante de um grande filme, ou de uma obra cinematográfica que<br />

provocará real mudança ou mesmo alguma influência mais positiva na<br />

produção de Hollywood.<br />

“The 5,000 fingers of dr. T.” e o resultado fantástico das elucubrações<br />

complicadas e muitas vezes brilhantes de uma mente privilegiada e de uma<br />

imaginação fertilíssima. Contém, não há dúvida, elementos inovadores; em<br />

certos momentos o filme possui cenas autenticamente surrealistas. O primeiro<br />

sonho serve de ótima introdução para o clima irreal que se seguirá. Há certas<br />

viradas satíricas e vertas piadas inteligentíssimas, como a do enorme piano, a<br />

do engolidor de sons, a da figura do vilão, a da sinfonia dos músicos presos (é a<br />

melhor seqüência do filme), etc. Há também as excelentes interpretações do<br />

menino e do Dr. T., que por si só, aliás, são figuras bem curiosas.<br />

Entretanto o filme não nos convenceu. A grande revolução do musical<br />

consistiu enfim em transformar um vulgar filme do futuro, com alguns toques<br />

de surrealismo, em um filme musical a respeito de um sonho de menino, sonho<br />

esse que se passa nos tempos presentes. E o que tivemos foi uma película seca,<br />

desumana, sem nenhuma vibração, incapaz de dizer qualquer coisa à nossa<br />

sensibilidade e que por isso mesmo foi mal recebida pelo público de todo o<br />

mundo. “Os 5.000 dedos do dr. T.” é um filme inteligentíssimo, mas sem vida,<br />

movimentado, mas sem nenhuma ligação conosco, que o dr. Seuss concebeu e<br />

roteirizou sem grande inspiração cinematográfica e Roy Rowland dirigiu<br />

passivamente, seguindo as instruções do desenho de produção de Rudolph<br />

Sternard.

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