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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ROTEIRO E NOTAS<br />

01.04.54<br />

Segundo a apresentação de “Carrossel da Esperança” e de “O inferno<br />

17”, esta semana apresenta-se fraquíssima em novos lançamentos. Apenas uma<br />

fita nos deixa alguma esperança, “Feitiço branco”, dirigida por Henry<br />

Hathaway para a Fox, com a ótima Susan Rayward e o péssimo Robert<br />

Mitchun nos principais papeis. Apesar de seu gênero pouco promissor, o de<br />

aventuras na África, e do fato de Hathaway não hesitar muito em realizar um<br />

filme comercial, ainda sim podemos esperar algo de interessante dessa fitar,<br />

pois ele é sempre um diretor vigoroso e expressivo. Quanto ao resto, não há<br />

nada que nos permita a mais leve esperança, a não ser, talvez, “A muralha da<br />

esperança”, policial com Vittorio Gassman, dirigido por Maxwell Shane, um<br />

cineasta do qual não conhecemos nenhum filme. Há também duas películas<br />

nacionais, “Paixão tempestuosa”, de Antonio Tibiriçá (o mesmo de “Liana a<br />

Pecadora”), e “Luzes nas sombras”, que não se recomendam, de forma alguma.<br />

A questão da Vera Cruz ainda não foi resolvida. Hesita-se entre a<br />

encampação e o financiamento a longo prazo. Como já afirmamos por estas<br />

colunas, segunda solução parece-nos a melhor, apesar de todos os seus<br />

inconvenientes. Durante um certo tempo a empresa de São Bernardo poderá<br />

ficar mesmo sob a direção de um interventor do governo estadual, mas a<br />

encampação definitiva é que não podemos aceitar de forma alguma. Seria então<br />

melhor que se fechasse a Vera Cruz pois toda nacionalização de órgão<br />

divulgador de idéias se choca com princípios básicos de democracia.<br />

Transformar a Vera Cruz em companhia governamental, seria seguir as<br />

pegadas de certos jornais e estações de rádio que fazem propaganda política<br />

dos que estão no poder, com o dinheiro do povo.<br />

Inesperadamente a SUMOC tomou uma medida de amparo ao cinema<br />

nacional que superou as expectativas. O grande problema dos produtores<br />

brasileiros era o filme virgem, cujos preços eram elevadíssimos. Pleiteou-se,<br />

então, a colocação desse material de importação na primeira categoria, e a<br />

SUMOC, atendendo à solicitação, fez mais, e permitiu a importação do filme<br />

virgem pelo cambio oficial, com sete cruzeiros apenas de ágio. Além disso,<br />

todos os aparelhos para cinema foram classificados na primeira categoria.<br />

Esperamos agora que o governo prossiga em suas medidas de defesa do nosso<br />

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