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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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ÚLTIMA CHANCE<br />

21.03.54<br />

(“Second chance”). EUA. 53. Direção de Rudolph Maté. Roteiro de Sidney<br />

Bohem e Oscar Millard. Produção de Edmund Grainger. Elenco: Linda Darnell,<br />

Robert Mitchun, Jack Palace e outros. Howard Hughes Production-RKO. Em<br />

exibição no Art-Palacio e circuito.<br />

Sem se constituir em um dos melhores representantes de seu gênero,<br />

“Última chance” é um policial norte-americano razoável, podendo ser visto<br />

com agrado por aqueles que apreciam o gênero. Essa película foi produzida por<br />

Howard Hughes para ser projetada em terceira dimensão. Entretanto, só foi<br />

enviada, para São Paulo a cópia simples do filme, não sabemos exatamente<br />

porque.<br />

O argumento de “Second Chance” é vulgar, não apresentando nenhuma<br />

novidade. Em um país latino-americano qualquer uma jovem (Linda Darnell),<br />

que fora amante do chefe de uma quadrilha de “gansters” americano, é<br />

perseguida por um dos seus capangas (Jack Palance). Ela quer depor no Senado<br />

sobre suas atividades criminosas e na sua fuga encontra um “boxeur” (Robert<br />

Mitchun), que a auxiliará. Em volta disso e de um bondinho do tipo do Pão de<br />

Açúcar, gira todo o filme, que apresenta as soluções habituais em fitas dessa<br />

natureza.<br />

Teríamos, portanto um filme da mais baixa qualidade, não fosse o<br />

roteiro de Sidney Bohem e a direção de Rudolph Maté. Esses dois cineastas<br />

formaram uma dupla da qual já tivemos duas películas das mais corretas,<br />

embora não fugissem a linha comercial, “Rastro Sangrento” e “A marca rubra”,<br />

e um terceiro filme mais fraco, “O fim do mundo”. Nesses filmes, o diretor de<br />

“Destino amargo” e o cenarista de “Pecado sem macula” apresentaram sempre<br />

um trabalho tecnicamente impecável, bem construído, sem falhas gritantes,<br />

nem quedas para a vulgaridade, revelando um perfeito entendimento entre si.<br />

Seja no gênero policial, seja no fantástico, seja no “western”, em nenhum caso<br />

tentaram transpor as limitações que os filmes desse tipo apresentam, mas<br />

também nunca deixaram sua obra descambar para a mediocridade. Em “A<br />

última chance” aconteceu a mesma coisa. Embora contasse com um argumento<br />

dos mais ingratos, conseguiram assim mesmo realizar uma película aceitável,<br />

limpa.<br />

E esse trabalho foi duas vezes mais difícil, em vista do elenco que Maté<br />

teve que dirigir. Linda Darnell é ainda uma atriz razoável, mas Robert Mitchun<br />

e seu olhar de peixe morto e Jack Palance, com sua cara de louco, à qual ele

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