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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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DOCE INOCÊNCIA<br />

25.04.54<br />

(“Bloodhounds of Broadway”). EUA. 53. Direção de Harmon Jones. Roteiro de<br />

Sy Gromberg. Produção de George Gessel. Elenco: Mitzi Gaynor, Scotty Brady,<br />

Mitzi Green, Marguerite Champman, Michael O’Shea e outros. Produção da Fox<br />

em exibição no Ritz.<br />

Cot : Fraco Gen.: Musical<br />

“Doce inocência” é um musical de Segunda ordem. Despretensioso,<br />

simples divertido em alguns momentos, inteligente e bem feito em outros,<br />

proporciona ao espectador uma hora e meia completamente despreocupada.<br />

“Bloodhounds of Broadway” pertence a essa classe de filmes que devem ser<br />

vistos com total renuncia de senso crítico; dessa forma ele se torna aceitável.<br />

Evidentemente, sua historia é completamente falsa e impossível. Possui<br />

apenas continuidade, pois quanto ao resto não merece comentários. Tudo se<br />

resolve da melhor maneira possível. As situações mais incríveis, os<br />

personagens mais inverossímeis lá estão presentes com uma naturalidade, com<br />

uma simplicidade que só é suportável em Hollywood. Chega um momento em<br />

que acabamos por exclamar, com um misto de ironia e de admiração: “Esses<br />

americano são maravilhosos!” E são mesmo. Basta terem inventado uma<br />

personagem como a apresentada pela encantadora Mitzi Gaynor. É um tipo que<br />

positivamente não existe, mas não ficamos aborrecidos com isso.<br />

O roteiro de Sy Gromberg não apresenta nada de notável. Acompanha a<br />

mediocridade da história. Melhor, porém, é a direção de Harmon Jones. Esse<br />

cineasta, antigo montador da Fox (“Gentlemen’s Agrément”, “Rue<br />

Madaleine”), estreou como diretor em “Sempre jovem” e agora temos dele<br />

“Doce inocência”. Ainda não é possível fazermos um julgamento a seu<br />

respeito. De qualquer forma, porém Jones deixou entrever que talvez seja capaz<br />

de coisas melhores para o futuro. Pelo menos, dirigindo a filmagem de certos<br />

“ba1lets”, ele andou muito bem.<br />

Aliás, é preciso que se diga que, além da presença simpática e cheia de<br />

vida de Mitzi Gaynor, o que á, de mais interessante no filme são alguns<br />

bailados (com exclusão do último). A Fox, há vários anos atrás dominava o<br />

gênero musical. Todavia a Metro arrebatou-lhe esta primazia. Dedicou-se<br />

intensamente a esse gênero. Surgiu Arthur Freed e seus grandes musicais. As<br />

demais companhias foram imediatamente ultrapassadas, causando a impressão<br />

de que tão cedo não alcançariam a Metro. Entretanto, nos últimos tempos a Fox

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