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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O SAQUE <strong>DE</strong> ROMA<br />

16.04.54<br />

(“Il sacco di Roma”). Itália. Direção de Ferruccio Cério. Produção de Mario<br />

Francisci. Elenco: Pierre Cressoy, Helene Remy, Vitorio Sanipoli, Luigi Tosi,<br />

Franco Fabrizi, Ana M. Bugliani e outros. Em exibição no Art-Palacio e circuito.<br />

Cot.: Regular Gen.: Histórico<br />

“O saque de Roma” é um filme um pouco melhor do que esperávamos.<br />

Os italianos foram os iniciadores desse tipo de fitas grandiosas e de caráter<br />

histórico, que marcaram época no início da história do cinema. Até 1914<br />

nenhum país podia se rivalizar com a Itália na realização de superproduções<br />

grandiloquentes, balofas e irremediavelmente vazias no seu gigantismo<br />

ridículo. Depois, com o abalo econômico que a Europa sofreu com a guerra, os<br />

Estados Unidos passaram a dominar soberanamente a produção mundial,<br />

inclusive em relação a esses filmes. Cecil B. De Mille foi seu grande cultor, foi<br />

o mais persistente e de um modo geral, o mais bem sucedido economicamente.<br />

Todavia, não é só ele que realiza filmes dessa natureza, e temos atualmente em<br />

exibição na Cinelandia uma dessas fitas, “O manto sagrado”, que inaugura o<br />

cinemascope em São Paulo.<br />

Entretanto, se a Itália foi superada, em face dos maiores recursos<br />

econômicos de Hollywood, isto não significou que ela deixasse de produzir<br />

filmes grandiosos. Freqüentemente eles são exibidos na Cinelandia. É claro que<br />

geralmente são mais modestos do que os de Hollywood, mas possuem os<br />

mesmos defeitos, defeitos invencíveis, de base, e as mesmas qualidades.<br />

Não assistimos a todos eles; o sacrifício seria excessivo... Entretanto,<br />

como não havia nada de bom para se ver na Cinelandia, esta semana<br />

resolvemos ir assistir a “O saque de Roma” e ficamos agradavelmente<br />

surpresos. Não há dúvida que se trata de uma fita medíocre, mas não é tão ruim<br />

quanto esperávamos. Narra a história do saque de Roma pelo Exercito<br />

mercenário de Carlos V, da Espanha, e pudemos verificar uma real<br />

preocupação quanto à sua veracidade histórica. Os dados fundamentais dos<br />

acontecimentos foram apresentados com muita honestidade, embora não se<br />

tentasse aprofundamento da questão. A aventura romanesca do herói da fita,<br />

Maximo de Colonna, também guardou uma certa seqüência lógica,<br />

enquadrando-se bem no conjunto da película. O diretor, Ferruccio Cerio, não<br />

evidência nenhum talento especial, mas também não dá por paus e por pedras.<br />

Os atores são fracos, mas possuem todos uma bela estampa, que é mais do que<br />

suficiente para filme desse tipo. O que temos, portanto, é uma película com

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