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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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O SEGREDO <strong>DE</strong> UM AMANTE<br />

18.08.54<br />

(“The girl in room 17”). EUA. Direção do Arnold Laven. Produção de Arthur<br />

Gardner e Jules Levy. Roteiro de Lawrence Roman. Elenco: Edward G. Robinson,<br />

Paulette Goddard, K. T. Stevens, Porter Hall, Joan Vohs, Adam Williams, Dan<br />

Riss, Lee Van Cleef, e Jay Adler. Produção: Sol Lesser. Distribuição United<br />

Artist. Em exibição no Marrocos e circuito.<br />

Cot.: Bom No gênero policial: Muito Bom<br />

Depois de passar muito tempo no cine Marrocos está exibindo um bom<br />

filme, “O segredo de um amante”, que apesar do título imbecil e<br />

despropositado da tradução, é um policial norte-americano autentico, que deve<br />

ser visto por todo aquele que gosta de cinema. Geralmente o filme policial é<br />

limitado como obra de arte, pois seu conteúdo dramático fica prejudicado pela<br />

necessidade de muita ação. Foi o que aconteceu com “The girl in room 17”, o<br />

que no entanto não nos impediu de assistir a uma película de classe, que não<br />

pode ser confundida com a vulgaridade da maioria das fitas do seu gênero.<br />

Como em “Chaga de fogo”, de William Wyler (embora essa fita fosse<br />

essencialmente a história de um conflito de paixões e secundariamente um<br />

policial), “O segredo de um amante” retrata a vida de uma delegacia de polícia,<br />

procurando focalizá-la sob seus múltiplos aspectos, sem, no entanto, se<br />

esquecer de sua unidade fundamental, que apenas no fim se delineia<br />

claramente. A figura central da película é o delegado, protagonizado por<br />

Edward G. Robinson, que se vê rodeado daquela seria de criminosos,<br />

charlatões, reclamantes, prostitutas, policiais subordinados, etc.. O roteirista<br />

Lawrence Roman e o diretor Arnold Leven indiscutivelmente lograram seu<br />

intento. Em pouco tempo, ficamos com uma idéia bastante precisa do que seja<br />

uma delegacia de uma grande cidade norte-americana. Os tipos humanos os<br />

mais diversos, as situações curiosas, os casos típicos, os hábitos e técnicas dos<br />

policiais para resolver os crimes e conseguir confissões, as idéias e soluções<br />

inesperadas que o delegado encontra, todas essas coisas vão surgindo na tela<br />

com bastante teor de realidade, embora não possamos negar um certo otimismo<br />

e uma simpatia para com a policia algo exagerados.<br />

Dentro da linha geral dada pelos produtores à fita, o roteiro de Lawrence<br />

Roman, um desconhecido para nós, é excelente. Conhecendo muito bem o<br />

meio policial, foi ele capaz de nos dar essa visão de uma delegacia de polícia,<br />

sem jamais perder a unidade, possuindo, pelo contrário, um senso de equilíbrio<br />

cinematográfico e ao mesmo tempo uma firmeza quanto no entrosamento e o

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