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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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A RODA DA FORTUNA<br />

11.11.54<br />

(“The band wagon”). EUA. 53. Direção de Vincent Minelli. Produção de Arthur<br />

Freed. Roteiro de Betty Conden e Adolph Green. Coreografia de Michael Kid.<br />

Fotografia em tecnicolor de Harry Jackson. cenografia de Preston Ames. Elenco:<br />

Fred Astaire, Cyd Charisse, Oscar Levant, Nanette Fabray, Jack Buchanan, James<br />

Mitchel, Robert Gist e outros. Produção e distribuição da Metro. Em exibição no<br />

cine Metro e circuito.<br />

Cot.: Bom No gênero musical: Idem<br />

“A roda da fortuna” não se situa entre as melhores obras de Arthur<br />

Freed, embora não desmereça o nome do notável renovador do musical, que,<br />

com filme do porte de “O pirata”, “Yolanda e o ladrão”, “Sinfonia de Paris”,<br />

“Cantando na chuva”, deu uma nova dimensão a esse gênero. Não vamos<br />

insistir nas características fundamentais da revolução de Freed, quais sejam a<br />

estilização da cenografia e do vestuário, o uso funcional e à base de<br />

combinações das cores, as intenções satíricas, o caráter conseqüente, adulto e<br />

levemente romântico da intriga, o perfeito entrosamento dos números musicais<br />

na história, o modernismo da coreografia, que encontrou seus momentos mais<br />

altos no cinema, a perfeição formal da direção e do roteiro. Não focalizaremos,<br />

também, aqui, a obra de Freed e da grande equipe que formou ao seu lado, sob<br />

o ponto de vista histórico, estudando cada uma das fases por que passou.<br />

Limitar-nos-emos simplesmente a analisar esta sua última realização, da forma<br />

mais breve que for possível.<br />

Embora sem a grandeza das suas maiores realizações, “The band<br />

wagon” é uma realização autêntica de Arthur Freed, e sob muitos aspectos,<br />

pode ser considerada notável. Seu primeiro erro, talvez, tenha sido ser muito<br />

ambicioso. Contando a história de um dançarino em decadência no cinema, que<br />

resolve voltar para a Broadway, Freed procurou reconstituir o ambiente teatral<br />

em toda a sua complexidade. Tendo como motivo a ridicularizarão de um<br />

diretor de teatro ultrapassado, grandiloquente e fossilizado no seu pretenso<br />

gênio. Freed cria um clima de semi-alucinação, em que o dialogo rapidíssimo,<br />

a dança, o canto, as idéias mirabolantes, a enorme confusão, são os elementos<br />

principais. O espectador não consegue integrar-se em toda aquela balbúrdia<br />

que, ao mesmo tempo, o maravilha e choca. Entretanto, se isto acontecesse<br />

.apenas no início do filme, servindo como introdução ao entrecho dramático,<br />

mereceria elogios. Tal não sucede, porém. O roteiro de Betty Conden e Adolph<br />

Green (“Um dia em Nova-Iorque”, “Cantando na chuva” é falho. Embora<br />

evidenciando grande inteligência por parte de seus realizadores, não possui

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