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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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PRISIONEIROS NA MONGOLIA<br />

24.04.54<br />

(“Destination Gobi”). EUA. 53. Direção de Robert Wise. Produção de Stanley<br />

Rubin, Roteiro de D. Freeman. Música de Sol Kaplan. Elenco: Richard Widmark,<br />

Don Taylor, Casey Adams, Murvyn Wye, Judy Dan, Rodolfo Acosta e outros.<br />

Produção da Fox. Em exibição no Marabá e circuito.<br />

Cot.: Mau Gen.: Aventuras<br />

Se o leitor quiser se aborrecer, se quiser ver a história de aventuras de<br />

guerra mais chocha, mais incrível, mais tola e desinteressante que se puder<br />

imaginar, vá assistir a “Prisioneiros da Mongólia”, produção da Fox realizada<br />

em brilhante tecnicolor e excelente contextura técnica, que o cine Marabá exibe<br />

atualmente. Nem ao menos a fita corresponda ao cartaz que vemos na porta do<br />

cinema, onde aparecem marinheiros norte-americanos, em luta desenfreada<br />

contra os japoneses, sugerindo que o filme tem pelo menos muita ação.<br />

“Destination Gobi” é um mau filme, uma película com pretensões a narrar uma<br />

aventura real, mas que afinal não passa de uma fantasia sonolenta, que não<br />

ilude ninguém. Muito mais honesto e o filmezinho do Ritz, “Doce inocência”,<br />

um musical evidentemente de segunda ordem, mas que não tem nenhuma outra<br />

ambição, senão a de proporcionar alguns momentos divertidos aos<br />

espectadores.<br />

“Prisioneiros da Mongólia” é a história de um grupo de soldados norteamericanos,<br />

que se estabelece em um posto retirado do deserto de Gobi, a fim<br />

de fazer observações meteorológicas e de evitar que os aviões aliados se<br />

percam devido ao mau tempo, nos ataques aéreos ao Japão. A um certo<br />

momento eles são obrigados a se retirar, atravessando o deserto e a China, e<br />

então vivem uma aventura perfeitamente fantástica, mas que, possuindo<br />

pretensões à veracidade, torna-se vulgar, arrastada e aborrecida.<br />

Do talento de Robert Wise, que ainda consideramos um dos bons<br />

diretores de Hollywood, não há vestígios dignos de nota. As intenções do<br />

produtor Stanley Rubin eram evidentemente comerciais. A história tinha pouco<br />

interesse e o roteiro não apresentava nem sequer um valor formal mais<br />

positivo, contendo toda a vulgaridade medíocre do filme. O realizador de<br />

“Punhos de campeão”, de ‘Três segredos” e do melhor filme fantástico sideral<br />

que vimos até hoje, “O dia em que a terra parou”, desinteressou-se<br />

completamente da fita apresentando-nos um dos seus piores trabalhos, Nada há<br />

da pureza e do sintetismo estilístico de “Punhos de campeão”, do bom gosto e<br />

da finura de “O dia em que a terra parou” ou do calor humano de “Três

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