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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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HANS CHRISTIAN AN<strong>DE</strong>RSEN<br />

10.01.54<br />

(“Hans Christian Andersen”). EUA. 52. Direção de Charles Vidor. Produção de<br />

Samuel Coldwyn. Roteiro de Moss Hart; baseado em história de Myles Conolly.<br />

Música e letras de Frank Loesser. Fotografia de Harry Stradling. Coreografia de<br />

Roland Petit. Elenco: Danny Kaye, Jeanmarie, Farley Granger, Joey Wals e<br />

outros. Em exibição no Ipiranga e circuito.<br />

“Hans Christian Andersen” é uma fantasia musicada. É um filme<br />

musical de tipo diferente, que, se tivesse mantido durante todo o seu transcorrer<br />

o excelente ritmo das seqüências iniciais, constituir-se-ia em obra-prima do<br />

cinema.<br />

Muito inteligentemente, Myles Conolly, o autor da história, não quis<br />

transformar o filme em uma biografia do celebre escritor de contos infantis,<br />

preferindo antes fantasiar alguns acontecimentos a respeito de sua vida. Muito<br />

maior importância foi dada à obra de Andersen, a qual nos foi apresentada<br />

geralmente com extremo bom gosto e verdadeiro senso poético.<br />

Toda a parte inicial do filme, que se passa em uma pequena aldeia<br />

dinamarquesa, é excelente. Hans Christian Andersen é um sapateiro, que<br />

aborrece profundamente o mestre-escola da vila porque conta histórias à<br />

criançada exatamente durante o período de aulas. Brilhantemente musicado por<br />

Frank Loesser, que também escreveu as letras para Dany Kaye cantar,<br />

interpretado com grande maestria por este último, que tem neste filme seu<br />

papel mais importante de sua carreira, e dirigido com segurança por Charles<br />

Vidor, ficamos realmente encantados com a primeira parte do filme. Nesta fita<br />

entramos em pleno reino da fantasia poética e, se não fosse a profunda queda<br />

de qualidade que se verifica no filme da sua metade para o fim teríamos uma<br />

realização marcante.<br />

O que faltou aos realizadores de “Hans Christian Andersen” foi senso de<br />

equilíbrio e compreensão do que seja cinema. O diretor Charles Vidor é um<br />

bom técnico, mas nunca se salientou pelo bom gosto e pela capacidade de<br />

criação e o roteiro de Moss Hart, a partir do momento em que Andersen<br />

encontra a bailarina, tendeu para um pieguismo tolo. Além disso, desse<br />

momento em diante dominam no filme os “ballets” do Roland Petit, alguns dos<br />

quais podem ter interesse para os amantes do bailado, mas, do ponto de vista<br />

cinematográfico são péssimos, não se enquadrando na história funcionalmente,<br />

nem apresentando um tratamento próprio do cinema. O que permanece

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