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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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CONFIO <strong>EM</strong> TI<br />

22.08.54<br />

(“I believe in You”). Inglaterra. 53. Direção de Basil Dearden e Michael Relph.<br />

Roteiro dos mesmos e de Jack Wittingha, baseado em uma novela. Elenco: Cecil<br />

Parker, Célia Johnson, Harry Fowler, Joan Collins e Godfrey Tearle. Produção<br />

dos Estúdios, distribuídos por J. A. Rank e pela Universal. Em exibição no Ritz<br />

São João<br />

Cot.: Bom No gênero drama: Idem<br />

“Confio em ti” é um filme encantador, de uma humanidade simples e<br />

algo triste, que não podemos esquecer. Trata-se de mais uma produção de<br />

Michael Balcon, para os Ealing Estúdios, de Londres, o que significa mais um<br />

bom filme, que pode servir a muita gente de lição prática de como viver.<br />

Este filme é a história de um inspetor de um tribunal distrital de<br />

Londres, a partir do momento em que ele resolve seguir essa profissão. Homem<br />

de meia idade, funcionário público colonial, aposentado em vista da seguida<br />

perda de colônias que a Inglaterra vem sofrendo, seu nome é “Mr.” Philips e<br />

sua tarefa, infelizmente sem similar no nosso sistema judiciário, é mais ou<br />

menos a de um assistente social auxiliar do juiz distrital. Fica ele encarregado<br />

de tomar conta dos criminosos e pessoas pobres de um subdistrito, sugerindo<br />

sentenças ao juiz, aconselhando e guiando os criminosos, especialmente<br />

aqueles em liberdade condicional, e atendendo a todos os casos dos habitantes<br />

de seu subdistrito. É uma profissão difícil, cheia de percalços, em que os<br />

problemas são muitos, os fracassos freqüentes e as recompensas puramente<br />

morais. Mas ao mesmo tempo exige de quem a segue uma humildade, uma<br />

percepção psicológica e principalmente uma compreensão humana<br />

extraordinária. Os casos que vão surgindo são de uma autenticidade humana<br />

absoluta; todas as personagens, com seus pequenos problemas, às vezes<br />

completamente inesperados, são sempre convincentes. Jack Wittinghan,<br />

auxiliado pelos dois diretores do filme, escreveu um roteiro bem tipicamente<br />

seu pela simplicidade, pela correção formal e pela capacidade de observação<br />

psicológica. O elenco é excelente, tendo em Cecil Parker um protagonista<br />

perfeito. E a direção de Michael Relph (um desconhecido) e Basil Dearden, o<br />

ótimo diretor de “Beco do crime”, é muito boa, revelando a sensibilidade e a<br />

finura que são típicas do cinema inglês.<br />

Mas então, perguntara o leitor, que é que falta a “Confio em ti” para se<br />

tornar um grande filme? Simplesmente uma coisa: aquilo que falta a todas as<br />

produções de Michael Balcon, ex: arrojo, mais coragem de usar dos meios da

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