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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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FILHO <strong>DE</strong> OUTRA MULHER<br />

18.05.54<br />

(“Cento picoli mami”). Itália. 52. Direção e Roteiro de Leonide Moguy. História<br />

de Jean Guitton. Música de Cano Inocenzi. Elenco: William Tubbs, Lia Amanda,<br />

Isa Ciquiero e outros. Produção da C.E.I.A.D. Distribuição da Columbia. Em<br />

exibição no Ipiranga e Circuito.<br />

Cot.: Péssimo Gen.: Drama<br />

Embora tenhamos colocado “Filho de outra mulher” entre os filmes que<br />

apresentavam possibilidades de agradar, em nosso “Roteiro” de quinta-feira<br />

última, em face da obra anterior de Leonide Monguy, não esperávamos na<br />

verdade muita coisa desta fita, pois viramos seu “Trailler” e conhecemos a<br />

tendência do cineasta russo para o pieguismo.<br />

Tínhamos razão. Se “Amanhã será tarde demais” e “Filhos do amor”,<br />

apesar de todos os seus inúmeros defeitos, eram ainda películas dignas pela<br />

correção da tese que defendiam, e pelo valor humano e mesmo poético de<br />

algumas de suas seqüências, se “Amanhã é um outro dia” era uma fita honesta,<br />

embora fracassada, “Filho de outra mulher” é uma película sentimentaloide e<br />

ridícula, uma afronta ao bom gosto dos espectadores, que nos dá uma idéia do<br />

quanto se pode ser medíocre.<br />

Nessa fita, embora Moguy parta de uma idéia de valor, a de que é<br />

horrível para uma criança ir para um orfanato, ele dá plena liberdade à sua<br />

tendência para o sentimentalismo barato. Um solteirão lamentável, uma jovem<br />

mãe arrependida, meninas de colégio, um lindo bebê louro (é a única coisa boa<br />

da fita) são mais do que suficientes para isso. Em “Filho de outra mulher”<br />

temos uma das maiores explorações do sentimentalismo do espectador médio,<br />

de quantas temos visto no cinema.<br />

Formalmente “Filho de outra mulher” não merece comentário: é<br />

fraquíssimo. Os atores são todos lamentáveis. William Tubbs, que não<br />

conhecíamos, mereceria figura ao lado dos atores mais falsos do cinema,<br />

depois desta fita. Lia Amanda, a jovem mãe, sofre, é melodramática, é trágica<br />

mas não convence ninguém de que tenha senso critico. Música de Carlo<br />

Inocenzi, cem por cento demagógica.

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