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CRÍTICA DE CINEMA EM O TEMPO – 1954 - Bresser Pereira

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enquanto esse termo tem sentido pejorativo. Entretanto, Bergman cometeu um<br />

erro comuníssimo no cinema sueco: não se importou com a estrutura do roteiro,<br />

não lhe deu aqueles elementos básicos, que formaram a curva dramática da fita<br />

e mesmo na direção do filme, criou alguns momentos de rara tensão dramática,<br />

mas nem sempre soube manter-se comedido. Dirigindo os atores, seu trabalho<br />

foi excelente. Harriet Andersson é outra grande atriz sueca: Ake Gronberg tem<br />

um desempenho notável e Hasse Ekman, com ator, de teatro, convence<br />

plenamente no seu difícil papel. O palhaço Anders Esk também está ótimo,<br />

assim como todo resto do elenco.<br />

Só não compreendemos uma coisa. Ingmar Bergman, durante toda fita,<br />

tem uma única preocupação, a de humilhar aqueles pobres atores de circo. Da<br />

primeira à ultima seqüência da fita nota-se essa tendência marcada, constante e<br />

que não deixa de ser um pouco irritante. Jamais vimos em um filme<br />

humilhação tamanha do que a que sofre sucessiva e crescentemente aquele<br />

gordo diretor de circo. Bergman não critica ninguém: ele apenas limita-se a<br />

espezinhar, a humilhar seus personagens, a troco de nada. Mas por que toma<br />

ele essa atitude? Será um sadismo moral da parte de Ingmar Bergman? A única<br />

explicação parece-nos ser essa.

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