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Callister_-_Engenharia_e_Cincia_dos_Materiais_ptg_ ... - Ufrgs

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A expressão estrutura de defeito é às vezes usada para designar os tipos e<br />

concentrações de defeitos atômicos em cerâmicas. Uma vez que átomos existem como íons<br />

carrega<strong>dos</strong>, quando estruturas de defeitos são consideradas, condições de eletroneutralidade devem<br />

ser mantidas. Eletroneutralidade é o estado que existe quando existem iguais números de cargas<br />

positivas e negativas <strong>dos</strong> íons. Como uma consequência, defeitos em cerâmicas não ocorrem<br />

sozinhos.Um tal tipo de defeito envolve o par constituído de uma vacância de cátion e um intersticial<br />

de cátion. Isto é chamado um defeito de Frenkel (Figura 13.18). Pode-se pensar nele como<br />

sendo formado por um cátion deixando a sua posição normal e se movendo para um sítio intersticial.<br />

Não há nenhuma mudança em carga porque o cátion mantém a mesma carga positiva como um<br />

intersticial.<br />

Um outro tipo de defeito encontrado em materiais AX é um par de vacância de cátion e<br />

vacância de ânion conhecido como um defeito Schottky, também esquematicamente diagramado<br />

na Figura 13.18. Pode-se pensar neste defeito como sendo criado pela remoção de um cátion e<br />

um ânion a partir do interior do cristal e a seguir colocando-os numa superfície externa. Uma vez<br />

que tanto cátions quanto ânions têm a mesma carga e uma vez que para cada vacância de ânion<br />

existe uma vacância de cátion, a neutralidade de carga do cristal é mantida.<br />

Figura 13.18 - Diagrama esquemático mostrando defeitos Frenkel e Schottky em sóli<strong>dos</strong> iônicos. (A<br />

partir de W.G. Moffatt, G.W. Pearsall e J. Wulff, The Structure and Properties of Materials, Vol.<br />

1, Structure, p. 78, Copyright 1964 por John Wiley & Sons, New York. Reimpresso por<br />

permissão de John Wiley & Sons, Inc.).<br />

A razão de cátions para ânions não é alterada pela formação de um defeito de Frenkel ou<br />

de um defeito Schottky. Se nenhum outro defeito estiver presente, diz-se que o material é<br />

estequiométrico. Estequiometria pode ser definida para um composto iônico como um estado<br />

onde existe a exata razão de cátions para ânions como prevista pela f'órmula química. Por exemplo,<br />

o NaCl é estequiométrico se a razão de íons Na + para íons Cl - for exatamente 1:1. Uma cerâmica é<br />

não-estequiométrica se houver qualquer desvio a partir desta exata razão.<br />

Não-estequiometria pode ocorrer para algum material cerâmico no qual existirem 2<br />

esta<strong>dos</strong> de valência (ou iônicos) para um <strong>dos</strong> tipos de íons. Óxido de ferro (wüstita, FeO), é um tal<br />

material, uma vez que o ferro pode estar presente nos esta<strong>dos</strong> tanto de Fe 3+ quanto de Fe 2+ ; o<br />

número de cada um destes tipos de íons depende da temperatura e da pressão de oxigênio do<br />

ambiente. A formação de um íon Fe 3+ quebra a eletroneutralidade do cristal pela introdução de uma<br />

carga +1 em excesso, que deve ser compensada por algum tipo de defeito. Isto pode ser realizado<br />

pela formação de uma vacância de Fe 2+ (ou a remoção de 2 cargas positivas) para cada 2 íons Fe 3+<br />

que são forma<strong>dos</strong> (Figura 13.19). O cristal não está mais estequiométrico porque existe um íon de<br />

O a mais do que íons de Fe; entretanto, o cristal remanesce eletricamente neutro. Este fenômeno é<br />

bastante comum em óxido de ferro, e, de fato, sua fórmula química é às vezes escrita como Fe 1-x O<br />

(onde x é alguma fração pequena e variável substancialmente menor doque a unidade) para indicar<br />

uma condição de não-estequiometria com uma deficiência de Ferro.<br />

Figura 13.19 - Representação esquemática de uma vacância de Fe 2+ em FeO que resulta a partir da<br />

formação de 2 íons Fe 3+ .

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